Pesquisar
Close this search box.
/
/
Em tempos de mudança, o pós-consumidor exige ser, também, cidadão

Em tempos de mudança, o pós-consumidor exige ser, também, cidadão

As pessoas sabem que, antes de serem consumidoras são seres humanos e trabalhadoras. Por isso, obrigações de marcas transcendem relações óbvias de consumo

Desde a chamada “Primavera Árabe”, o mundo testemunhou um engajamento das pessoas nos assuntos econômicos e sociais do qual não se tinha notícia desde o movimento de 1968. Desde então, esse espírito participativo varreu as redes sociais e tem exigido postura firme e clara das marcas em relação a temas que envolvem toda a sociedade, para além da questão dos negócios.

Em “Hora de tomar partido: É possível imaginar empresas atuando de forma mais social e engajada?”, painel do Conarec 2018, os participantes debateram o papel das empresas nessa nova sociedade, mais engajada. Ana Fontes, CEO da Rede Mulher Empreendedora, mediadora do painel, afirma que, hoje, as pessoas não querem fazer nada sem propósito “e fazer o que gostam, mas também que dê para pagar as contas. Nós somos uma sociedade como um todo e não dá mais para separar empresas, governo e pessoas, cada um em seu universos separados”, informa.

Lorena Tamanini, superintendente de Ouvidoria da Qualicorp, afirma que, do olhar de quem é responsável pelos serviços de ouvidoria, como é o caso da Qualicorp, essa missão e integrar pessoas e instituições não é reivindicação  somente das novas gerações, como os millennials, mas de todos os trabalhadores e consumidores incluídos na sociedade digital, inclusive os mais velhos.

Esse engajamento obriga as empresas a tocar negócios que façam sentido para seus consumidores e colaboradores. “O grande esforço que a gente faz hoje é conseguir trabalhar esse engajamento, a companhia se posiciona para isso. Em 2018, não dá para viver em uma companhia que prega uma coisa em seus discursos e age da porta para dentro de outra forma”, avalia Lorena.

Ela conta que, na sua carreira como ouvidora, encontrou empresas que compravam a ideia de empoderamento dos profissionais, mas que não faziam jus ao discurso. “Na prática, todo mundo está olhando para o processo e em alguns casos a análise não contemplava o olhar do consumidor. Era preciso entender os processos olhando por cima do processo”, explica Lorena, que ressalta a importância de ouvir o operador nesse processo porque é quem está em contato direto com o consumidor.

Respeito ao ser humano como premissa

Ricardo Lopes Simoni, head de Novos Negócios da Bizpro, vem se aprofundando na questão do home office como proposta de tornar mais prazerosa e sem fricção a rotina de trabalho, tal qual a experiência dos consumidores. Para ele, é preciso aplicar novas formas de trabalho que promovam “o engajamento e qualidade de vida do trabalhador. Porque o consumidor exige, como trabalhador que ele também é, que haja sustentabilidade social por parte da empresa”, explica Lopes.

Maneiras engessadas de trabalho, segundo o executivo, fazem parte do passado, “principalmente agora, com a nova lei que incentiva o trabalho em casa. A empresa precisa praticar esse tipo de engajamento e o pós-consumidor quer isso”, avalia.

Lopes afirma que a responsabilidade social tornou-se um divisor de águas e foi um dos pontos que criou nas pessoas um sentimento de aversão a práticas obsoletas. “Ele quer celeridade e efetividade, caso contrário, não terá sua demanda atendida”, explica.

O executivo explica que, é mais inteligente por parte das empresas assumir suas limitações do que travar processos por conta de pensamentos arcaicos que impeçam reconhecer erros e oferecer soluções heterodoxas. “É preciso entender essa necessidade e ser transparente sobre o que pode ser feito em caso de erros ou insatisfação. Não é demérito não atender uma demanda específica, mas é preciso se propor a oferecer uma alternativa”, avalia.

Paula Costa, vice-presidente de Marketing para América Latina da Electrolux do Brasil, líder de mercado em Brasil, Chile e Argentina, aponta que a questão de sustentabilidade social e ecológica dentro da empresa tem sua raiz na origem das operações, na Suécia, onde nasceu a Electrolux. “A empresa vem de um país que tem evolução de sociedade muito diferenciada e a gente expressa isso nas nossas operações porque temos responsabilidade. Quando vendo uma geladeira vendo algo que vai ficar na casa da pessoa por pelo menos sete anos”, relata.

Para ela, o consumidor entende que, em operações e marcas grandes podem acontecer falhas, mas que o importante é oferecer soluções para cobrir esses pontos de ruptura. “Nós temos o maior número de assistências técnicas no Brasil. Acreditar que tudo vai sair perfeito é uma ilusão. Quando uma máquina de lavar quebra é uma desgraça na vida de uma família. A gente tem a presteza de levar um aparelho substituto temporário já é um alívio. O que importa é a relação, a maneira como a gente conversa com o consumidor”, explica.

Para a executiva, o consumidor já não engole mais esse papo da empresa “isentona”, que se recusa a defender um lado da história e que, além de ser clara na sua defesa do consumidor, a marca deve ter sustentabilidade social e ambiental no radar se quiser sobreviver. “A gente tem tantos casos no Brasil de empresas que não olharam para isso e simplesmente acabaram. Se a gente está aqui para ter longevidade, sustentabilidade é o fator chave. As empresas que não descobriram isso vão aprender da maneira mais dura, perdendo seus negócios. E o consumidor talvez ainda não pague diretamente por isso, mas ele começa a fazer escolhas baseadas nesses fatores de decisão”, conclui Paula.

Recomendadas

MAIS MATÉRIAS

SUMÁRIO – Edição 284

As relações de consumo acompanham mudanças intensas e contínuas na sociedade e no mercado. Vivemos na era da Inteligência Artificial, dos dados e de um consumidor mais exigente, consciente e impaciente. Mais do que nunca, ele é o centro de tudo: das decisões, estratégias e inovações.
O consumidor é digital sem deixar de ser humano, inovador sem abrir mão do que confia. Ele quer respeito absoluto pela sua identidade, quer ser ouvido e ter voz.
Acompanhar cada passo dessa evolução é um compromisso da Consumidor Moderno, agora um ecossistema de Customer Experience (CX), com o mais completo, sólido e original conhecimento sobre comportamento do consumidor, inteligência relacional, tecnologias, plataformas, aplicações, processos e metodologias para operacionalizar a experiência de modo eficaz, conectando executivos e lideranças.

CAPA:
YUCA | Estúdio Criativo

ILUSTRAÇÃO:
Midjorney


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Andréia Gonçalves
[email protected]

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Fabiana Hanna
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head de Conteúdo e Comunicação
Verena Carneiro
[email protected]

Head de Conteúdo
Melissa Lulio
[email protected]

Editora-Assistente
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Repórteres
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Julia Fregonese
Marcelo Brandão

Designer
Melissa D’Amelio
YUCA | Estúdio Criativo

Revisão
Elani Cardoso

MARKETING
Líder de Marketing Integrado 
Suemary Fernandes 
[email protected]

Coordenadora
Mariana Santinelli

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues

CX BRAIN
Data Analyst
Camila Cirilo
[email protected]


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Eireli.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]

SUMÁRIO – Edição 284

As relações de consumo acompanham mudanças intensas e contínuas na sociedade e no mercado. Vivemos na era da Inteligência Artificial, dos dados e de um consumidor mais exigente, consciente e impaciente. Mais do que nunca, ele é o centro de tudo: das decisões, estratégias e inovações.
O consumidor é digital sem deixar de ser humano, inovador sem abrir mão do que confia. Ele quer respeito absoluto pela sua identidade, quer ser ouvido e ter voz.
Acompanhar cada passo dessa evolução é um compromisso da Consumidor Moderno, agora um ecossistema de Customer Experience (CX), com o mais completo, sólido e original conhecimento sobre comportamento do consumidor, inteligência relacional, tecnologias, plataformas, aplicações, processos e metodologias para operacionalizar a experiência de modo eficaz, conectando executivos e lideranças.

CAPA:
YUCA | Estúdio Criativo

ILUSTRAÇÃO:
Midjorney


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Andréia Gonçalves
[email protected]

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Fabiana Hanna
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head de Conteúdo e Comunicação
Verena Carneiro
[email protected]

Head de Conteúdo
Melissa Lulio
[email protected]

Editora-Assistente
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Repórteres
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Julia Fregonese
Marcelo Brandão

Designer
Melissa D’Amelio
YUCA | Estúdio Criativo

Revisão
Elani Cardoso

MARKETING
Líder de Marketing Integrado 
Suemary Fernandes 
[email protected]

Coordenadora
Mariana Santinelli

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues

CX BRAIN
Data Analyst
Camila Cirilo
[email protected]


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Eireli.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]