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É preciso destacar a dimensão ecológica da globalização

É preciso destacar a dimensão ecológica da globalização

O desenvolvimento criado pelo homem veio acompanhado pela ilusão de que o planeta é eterno e capaz de se regenerar

Costumamos entender globalização como um fenômeno essencialmente econômico que envolve um aspecto comercial com a abertura dos mercados, uma globalização financeira caracterizada pela liberalização dos movimentos de capitais e uma dimensão tecnológica baseada no desenvolvimento e na expansão das novas tecnologias.
Nas análises sobre o processo de globalização a dimensão ecológica tem sido pouco destacada, embora tenha contribuído significativamente para que o mundo reduza seu tamanho.

Diversos problemas ambientais têm dimensão global, como a redução da biodiversidade, as alterações climáticas induzidas pelo homem, o efeito estufa, a diminuição da camada de ozônio. Esses acontecimentos presentes contribuem para uma maior aproximação entre os habitantes do planeta que vão se conscientizando de que o mundo é um só e para mantê-lo é necessária a participação de todos.

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Como uma das questões mais urgentes a serem enfrentadas destaca-se o aquecimento global que tem afetado diversas regiões do mundo.  As altas temperaturas assolaram boa parte do Brasil em 2014, a Califórnia enfrenta a pior seca de sua história, temperaturas de mais de 47oC à sombra mataram mais de 800 pessoas na Índia em maio de 2015. As maiores temperaturas do planeta desde o século XIX, quando se iniciou o acompanhamento, foram registradas no ano passado e neste ano o prognóstico dos cientistas é que a temperatura média será ainda maior.

Nesse caso é a sobrevivência humana que está em pauta. Por isso a solução deverá vir de uma abordagem ampla que não reduza a área de ação a nenhum lugar geopolítico determinado, pois o meio ambiente, as mudanças climáticas, não reconhecem fronteiras políticas. Aqui surge uma dificuldade. Uma solução global passa pelo estabelecimento de um amplo consenso de como enfrentar a crise ambiental, o que nem sempre é fácil de ser obtido. No entanto os problemas são globais e exigem respostas no plano internacional, nenhum Estado isolado conseguirá resolvê-los. A solução só virá da união consensual de todos.

Daí a importância dos fóruns internacionais, debates, discussões, infindáveis reuniões para obtenção de medidas coletivas para enfrentar o problema. Obter propostas comuns envolvendo uma grande diversidade de culturas, que apresentam pontos de vista e ideias muitas vezes completamente opostas, exige um enorme esforço e boa vontade para que se obtenha um consenso.

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No final deste ano a humanidade terá mais uma oportunidade de dar um salto para frente, pois ocorrerá em Paris a COP-21 (Conferência das partes) que tem como objetivo obter um acordo vinculante global sobre reduções de gases de efeito estufa, que substituirá o protocolo de Quioto, vencedor em 2012 e prorrogado até 2020.

As discussões anteriores foram difíceis, com destaque para a de Copenhague (COP-15) em 2009 quando se tentou alcançar um novo acordo mundial, mas as negociações fracassaram.  A de dezembro de 2014 (COP-21), realizada em Lima, já avançou um pouco mais devido a um novo consenso de que os países em desenvolvimento deveriam arcar de algum modo com os custos de combate ao aquecimento global. Nesse encontro, repercutiu positivamente o acordo entre EUA e China, os dois principais emissores de gases efeito estufa (GEE), e que estabeleceram metas de redução de emissões.

O cenário positivo para o encontro de Paris é motivado pelo maior conhecimento científico sobre as metas para que se consiga limitar o aquecimento global em, no máximo, dois graus Celsius, sobre a temperatura do período pré-industrial.

O Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), síntese de estudos de milhares de cientistas de todo mundo, divulgado em 2013, confirmou com maior clareza que o homem é responsável pelo atual aquecimento do planeta. O documento concluiu que a principal causa do aquecimento global é a emissão de GEE pelas atividades humanas, com destaque para as emissões de gás carbônico; os mares estão se tornando mais ácidos pela absorção de gás carbônico; o gelo está em recuo acelerado na maior parte das regiões frias do mundo; o regime de chuvas, as correntes marinhas e o padrão dos ventos estão sendo perturbados, aumentando a tendência de secas e enchentes.

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Se as emissões continuarem dentro das tendências atuais, o aquecimento aumentará, podendo chegar a 4,8oC até 2100, com efeitos catastróficos para a humanidade.
A contribuição da comunidade científica internacional está sendo decisiva para que se adotem medidas no âmbito político internacional. O passo dado pela China e EUA foi importante para que o encontro de Paris seja um sucesso. Nessa reunião será necessário que se adotem medidas concretas a serem seguidas por todas as nações, deixando de lado as propostas excessivamente endógenas e privilegiando aquelas que visam ao fortalecimento do convívio global e da perspectiva humanitária priorizando a sobrevivência de todos e das gerações futuras.

***

Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, mestre em Ciência Política e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp.

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