Depois de um pico no tráfego de brasileiros em seu site nos últimos meses, a varejista de luxo Fashionphile percebeu que o interesse do País em seu site era enorme e que perdia um comércio promissor, já que não entregava mais seus produtos aqui.
Foi quando a fundadora do e-commerce norte-americano descobriu o motivo de tanta euforia dos brasileiros pela loja. A procura teria sido obra da pernambucana Camila Coutinho, do blog Garotasestupidas, que começou a disseminar conteúdo positivo sobre o Fashionphile.com.
Camila é a segunda blogueira mais popular do País, com seis milhões de acessos mensais e mais de 600 mil seguidores no Instagram. Seu primeiro contato com a marca aconteceu em uma viagem a Nova York, quando comprou uma bolsa da loja virtual e começou a publicar coisas como ?site interessantão?, ?site de bolsas gringo que amo? e destacar a possibilidade de comprar no site bolsas difíceis de serem encontrar no Brasil.
A Fashionphile, que vendeu US$ 50 milhões no ano passado, já havia tentado vender no mercado brasileiro há alguns anos, mas desistiu por achar que o tíquete médio dos produtos (US$ 1,2 mil) era muito alto para o público brasileiro. Além disso, a logística não ajudava. Sarah Davis disse ao Internet Retailer que muitos produtos comprados simplesmente não eram entregues.
Mas a fundadora do e-commerce de bolsas estava decidida a voltar para o mercado brasileiro e procurou a MyUS, um fornecedor global de soluções de logística que envia os pedidos para um armazém na Flórida, de onde os despacha em grandes pacotes a 220 países, com mais esmero em relação aos direitos alfandegários de cada país e cuidado para que o produto chegue ao seu destino.
Sarah Davis descobriu que a taxa cobrada pela Myus não era impedimento para que os brasileiros comprassem em seu site, que estão encomendando regularmente bolsas da Fashionphile, até mesmo as de maior valor agregado (como uma de US$ 5 mil da Chanel, por exemplo).
A varejista descobriu que vale a pena investir em países que muitas vezes são deixados de lado por outras empresas tradicionais, por considerar seus mercados arriscados ou complexos. Hoje as encomendas internacionais representam US$ 10 milhões para a marca, 20% do faturamento, com destaque para as vendas na Austrália, Inglaterra, Canadá e Cingapura.
A repercussão causada pela blogueira brasileira rendeu gratidão da fundadora da Fashionphile, Sarah Davis, que se tornou sua amiga e fonte para as matérias do blog de moda. Com direito a insights do mercado fashion como ?O que leva as pessoas a começar a ter interesse em bolsas de luxo??. A conclusão divulgada no blog é que as compradoras ?vão para a Louis Vuitton, geralmente alguma peça com monograma, depois para Chanel e antes que percebam, estão desejando uma Hermès?.
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