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Com alta do dólar e mudanças no IR, quais serão os desafios para 2025?

Com alta do dólar e mudanças no IR, quais serão os desafios para 2025?

Alta do dólar, isenção do IR e incertezas econômicas reconfiguram o consumo das famílias brasileiras e desafiam o varejo em um cenário de mudanças e riscos.

O cenário econômico atual apresenta uma série de desafios que afetam diretamente o consumo das famílias brasileiras. A alta do dólar, que chegou a R$ 6,07 na última semana, somada à isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, levanta questões sobre a capacidade de compra do consumidor e a estabilidade dos preços em 2025. O impacto será significativo em vários setores da economia.

O dólar mais alto significa que haverá uma pressão sobre a inflação, explica Boanerges Ramos Freire, presidente da Boanerges & Cia Consultoria. Logo, pode haver um aumento nos preços para o consumidor final.

“O dólar elevado pressiona os custos de insumos dolarizados e produtos importados, o que leva a um impacto na vida do consumidor. Se as taxas continuarem altas, o consumidor irá sentir esses efeitos em 2025”, alerta. “Com o aumento da taxa do dólar, crescem também as taxas de juros. Isso, para lidar com as expectativas que não estão balizadas. O risco maior é perder o controle nessas variáveis”.

Caso haja esse descontrole, o consumidor será diretamente afetado com a alta na inflação. Mas apesar do cenário complexo, é necessário paciência para entender como o governo administrará tais aumentos junto ao Congresso, empresas e população. “Há um conjunto negativo, mas não se configurou ainda. É um risco que precisa ser cuidado com atenção”, pontua Boanerges.

A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês pode trazer algum alívio às famílias de baixa renda, mas é vista com cautela por especialistas. A medida inclui também um aumento da tributação sobre as faixas de renda mais altas, o que tem gerado debate. “Essa redistribuição de carga tributária mexe com quem está na base da pirâmide, traz um alívio e possibilidade de consumo. Porém, ainda será necessário muito acordo e entendimento para saber o que será feito”, explica.

Estratégias para consumidores e empresas

Boanerges Ramos Freire, presidente da Boanerges & Cia Consultoria.

Com o dólar em alta e a recente isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, o cenário econômico brasileiro está em constante transformação, afetando o poder de compra da população e desafiando empresas do varejo a se adaptarem rapidamente.

Uma das principais formas de enfrentamento, segundo Boanerges, está relacionada à estabilidade da renda. “Dificilmente as pessoas podem se prevenir quanto aos efeitos, mas podem tentar amenizar os impactos na sua vida. Manter o emprego ou buscar uma colocação mais segura e melhor remunerada, mas de forma equilibrada e ética, é uma maneira de proteger aquilo que é fundamental: a renda”, explica. Porém, alerta que, em um mercado instável, trocar de emprego unicamente por um salário maior pode ser um risco, especialmente se a nova empresa não oferecer segurança de continuidade.

A proteção financeira, complementa Boanerges, também passa pela criação de uma reserva de emergência.  Ele reforça que se prevenir é importante. “É fundamental ter uma poupança para momentos de desequilíbrio, como doenças familiares, reparos no imóvel ou outras despesas imprevistas que possam comprometer o orçamento”, ressalta.

Perfil de consumo

Além disso, a incerteza econômica exige mudanças no perfil de consumo das famílias, que passam a priorizar itens essenciais em detrimento de supérfluos. “Cuidar da alimentação, habitação, transporte e educação são os pilares que não podem ser adiados. Já viagens, lazer e outros gastos podem ser reduzidos ou adaptados para opções mais econômicas”, comenta.

Em tempos de crise, o consumidor tende a ser mais seletivo e consciente. Boanerges pontua que priorizar o essencial, como alimentação e moradia, é uma medida inicial, mas ajustes dentro desses próprios pilares também são possíveis.

“É necessário fazer ajustes, mesmo dentro das coisas que não podem faltar. É possível substituir produtos para aqueles que têm um preço menor e qualidade parecida. O consumidor precisa ter consciência dessa realidade e se adaptar a ela. Ele precisa, antes mesmo, se preparar, ter suas reservas, para lidar melhor”, aconselha. O especialista aconselha ainda que o ideal é equilibrar as finanças durante períodos mais tranquilos, para estar preparado quando a situação apertar.

Essa conscientização, porém, nem sempre é voluntária. “Muitos só mudam o comportamento quando as circunstâncias os forçaram, mas é necessário adotar uma postura mais conservadora, de prevenção e preparação para o futuro”, recomenda.

Impactos do cenário global

A economia global também influencia diretamente o Brasil, especialmente devido à sua interconexão com as cadeias internacionais de comércio e investimento. A recente alta do dólar, por exemplo, é reflexo de incertezas geopolíticas, como guerras e mudanças na política econômica de grandes potências.

“O Brasil está conectado com as cadeias de poder político e econômico. Coisas desse tipo nos afetam de maneira importante”, ressalta Boanerges. Com isso, a volatilidade global afeta o Brasil não só em termos de importações e exportações, mas também no aumento das pressões inflacionárias, devido à valorização do dólar e à alta nos preços de commodities, como o petróleo.

E como fica o varejo?

Para o varejo, a isenção do IR pode ser um estímulo ao consumo, especialmente em categorias essenciais. Ao mesmo tempo, outros aspectos podem afetar a realidade do setor. Boanerges explica que existe um conjunto de elementos a serem avaliados, como a capacidade de compra do consumidor, câmbio, juros e reformas tributárias. “O varejo é sempre muito espremido, tanto pelos fornecedores quanto pelos consumidores, e precisa se adaptar rapidamente às mudanças”, frisa.

Aspectos como a estrutura tributária em processo de mudança afetam a realidade do varejo. Nesse cenário, o especialista pontua que o setor precisa se reprogramar. Ele pontua ainda que, ao mesmo tempo, os varejistas têm um poder de negociação que precisa ser considerado e tem sido ouvido. Ao mesmo tempo, ainda há muita indefinição sobre como as mudanças irão impactar o dia a dia das empresas.

Em um cenário em perda de poder de compra, para Boanerges, as empresas de varejo precisam mostrar sensibilidade à realidade do consumidor e ajustar suas ofertas a esse novo cenário. “O varejista deve se posicionar como aliado do consumidor, adaptando sua oferta de uma maneira que faça sentido ao consumidor”, sugere. “É complicado para alguns segmentos, mas os mais voltados à base do varejo podem se adaptar dessa maneira”.

Uma das estratégias recomendadas é exercer um papel mais ativo na negociação com fornecedores para conter a alta dos preços. “O varejo deve reforçar seu papel de defensor do consumidor, para que, ao lado desse consumidor, se faça uma travessia desse período”, enfatiza. A comunicação também é um aspecto-chave. Empresas que conseguem transmitir empatia e solidariedade durante períodos de dificuldade conquistam a confiança do consumidor, criando um vínculo que vai além do preço.

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