Para a maioria dos foliões, Carnaval é sinônimo de muita festa, brincadeira e beijo na boca. O problema é que o último pode transmitir uma doença chamada mononucleose infecciosa, popularmente conhecida como Doença do Beijo.
Causada pelo vírus Epstein-Barr, a mononucleose é altamente contagiosa e, embora também possa ser transmitida por transfusão de sangue e contato sexual, o vírus é principalmente transmitido pela saliva. A doença atinge qualquer faixa etária.
De acordo com a Dra. Ligia Pierrotti, infectologista que integra o corpo clínico do Lavoisier Medicina Diagnóstica, a doença costuma ter evolução benigna, de duração de, em média, três semanas, e os principais sintomas são febre, dor de garganta, e aumento de gânglios, algumas vezes doloridos”. Também pode ocorrer o aparecimento de erupção cutânea, deixando a pele avermelhada e com aspecto de lixa em cerca de 10% dos casos. Mas essa erupção atinge até 90% dos indivíduos que fazem uso de antibióticos da classe dos beta-lactâmicos, como penicilinas.
Propagação
Sua propagação é facilitada pela excreção completamente assintomática e intermitente do vírus na saliva de pessoas que um dia já entraram em contato com esse agente. Assim, pessoas saudáveis transmitem o vírus para pessoas susceptíveis, e o contato próximo do beijo proporciona a troca de secreções e a aquisição do vírus de uma pessoa infectada.
“Até o momento, não existe nenhuma vacina contra a Doença do Beijo. Na grande maioria dos casos, a virose se resolve sem complicações ou sequelas, mas podem ocorrer complicações como meningite, encefalite, anemia hemolítica e, em casos mais graves, ruptura do baço”, afirma a infectologista.
Tratamento
O paciente é orientado a repouso, hidratação, e uso de sintomáticos para controle da febre e dores quando necessário. O “uso de antibióticos só está indicado quando a doença se complica em algum processo bacteriano”, alerta Dra. Ligia.