É comum a indústria de tecnologia associar um produto ou serviço a uma determinada geração, como é caso da aviação militar. Atualmente, os países desenvolvidos vivem na chamada 5ª geração de jatos, sendo que o maior expoente é o caça norte-americano F-22 Raptor. O Brasil? Para variar, a aviação de defesa exibe o conhecido atraso brasileiro no acesso a tecnologia de ponta. A situação começou a mudar somente no mês passado, às vésperas da eleição, quando o país concluiu uma licitação para a compra de 36 caças de origem suecos inseridos na chamada quarta geração plus.
No mundo do videogame, é diferente. Não há muito espaço para asteriscos ou observações ao lado da descrição da geração, como ocorre na aviação. Se o produto não acompanhar a evolução tecnológica, ela rapidamente cai no esquecimento do consumidor sedento por novidade. Foi assim, por exemplo, com a Sega e que um dia foi a grande rival da Nintendo.
Hoje, a Nintendo é uma das potências e inaugurou a chamada oitava geração de games com o Wii U. Aliás, a empresa de origem japonesa está acostumada a inaugurar novas gerações na história dos videogames. Isso ocorreu com o Nintendinho (8 bits), o Super Nintendo e o próprio Wii. Atualmente, a empresa sofre com a pesada concorrência da Sony e Microsoft e seus respectivos Playstation 4 e Xbox One. Se há um rival à altura do Super Mario, essas são as empresas.
A guerra entre elas é feroz e envolve cifras que superam a somatória dos números das indústrias cinematográfica e fonográfica. Mas, nem sempre foi assim…
Na primeira geração de games, na década de 1970, os números eram bem tímidos e não representam um décimo dos valores atuais (veja arte).
A primeira empresa a apostar na massificação dos videogames foi a Magnavox. A empresa lançou o Brown Box, o primeiro console comercializado em larga escala da história. O produto foi um fracasso, mas abriu caminho para o maior sucesso da empresa: o Odyssey.
Lançado em 1972, o Odyssey era simplesmente revolucionário. Na caixa, havia uma folha com o desenho, por exemplo, de um jogo de hóquei, os controles e o console se conectava a TV. Sobre o videogame, era algo inovador na época: era pequeno, cabia em qualquer canto da sala e ainda tinha um design inovador. A mente criativa por trás do produto era Ralph Baer, que trabalhou dois anos no projeto e lançou o protótipo em 1968. Hoje, esse primeiro videogame, o protótipo, ocupa um lugar de destaque no Museu Nacional de História Americana do Smithsonian Institution, em Washington.
Tempos depois, a Philco comprou os direitos do Odissey. O produto, aliás, foi vendido no país. Teve até campanha publicitária na TV.
No ano seguinte, em 1973, a Atari entrou no jogo. Primeiro lançou o Pong, um jogo de tênis em formato arcade ou fliperama. Em 1977, lançou aquele que seria o seu maior sucesso: o Atari 2.600. No mesmo ano, a Philco/Ford lançou o Telejogo. O sucesso foi grande e a empresa lançou um novo console já no ano seguinte ao lançamento: era o Telejogo II, desta vez com 10 jogos. Outro sucesso.
Os modelos se replicavam e o videogame foi incluído na lista do Papai Noel. No entanto, a mesma empresa que ajudou a criar as bases para o mercado de game, por pouco, não acabou com todo o segmento de jogos digitais. É o que você verá no capítulo de amanhã no capítulo sobre a Atari.
Comercial do Odissey, da Magnavox: