A instabilidade do mercado de trabalho tem mostrado resultados preocupantes, o mais recente vem da Pnad (Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios), feita pelo IBGE. Segundo o medidor, a previsão é que o índice de desemprego possa chegar a 10% ainda no primeiro trimestre de 2016.
“No atual cenário, as empresas estão passando por uma série de dificuldades e reajustando seus custos. Nesse reajuste, os funcionários correm o risco de serem mandados embora”, analisa o professor da IBE-FGV e doutor em Finanças, Márcio Barros Souza.
Apesar de todos os benefícios garantidos por lei aos trabalhadores, não dá para depender somente da rescisão em tempos de crise. Por isso, o especialista recomenda uma preparação e organização de suas finanças para não ser pego de surpresa em caso de demissão.
1. Não dependa somente da rescisão
Quando você é demitido, pode retirar o seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mais 40% de multa rescisória paga pela empresa e ainda pode ter direito a alguns meses de seguro desemprego. Um valor que pode segurar as pontas e resolver as suas dívidas mais urgentes, mas não é uma garantia de estabilidade por muito tempo.
Mas receber esta quantia na prática pode não ser a mesma coisa que na teoria. “O recomendável é utilizar a quantia para liquidar as dívidas e, fazendo isso, você se livra das contas, mas já perde alguns meses de vantagem”, analisa.
Segundo o especialista, o ideal é pensar no FGTS como um reforço na reserva que você conseguiu juntar, não como a única solução para os meses em que estiver desempregada.
2. Organize suas finanças e crie uma reserva de segurança
“Tenha um planejamento financeiro para segurar as pontas por, no mínimo, mais 12 meses”. Para Souza, esta estratégia deveria ser praticada independentemente da situação do mercado, pois não dá para sair perdendo.
O segredo é encontrar um método de controle com o qual você se adapte melhor, seja por uma planilha mais elaborada ou um aplicativo para celular que o lembre de anotar os gastos.
3. Analise seus gastos e corte excessos
Quando você começar seu planejamento estratégico com o objetivo de criar esta reserva, poderá visualizar melhor todos os seus débitos. “Este é um bom momento para conseguir analisar se está gastando demais”, observa Márcio.
Para isso, comece o seu controle listando os gastos necessários, como aluguel, energia, telefone, compras mensais. Então, encontre os excessos de cada mês, que podem estar principalmente na fatura do cartão de crédito.
4. Também reconsidere os gastos necessários
Segundo o especialista, alguns desses excessos que precisam ser cortados podem estar nos gastos fixos mensais. Sendo assim, dificilmente reparamos que estamos gastando mais em determinados quesitos.
“Sempre há um reajuste que você pode fazer. Desde o descarte daquele produto desnecessário que compra no supermercado até a escolha de escola com mensalidade mais barata que tem a mesma qualidade de ensino para seu filho”, argumenta Souza.
5. Livre-se das dívidas
Quem quer começar uma reserva de segurança deve ter como prioridade um planejamento para quitar todas as dívidas. Lembre-se de que, se tiver sucesso nesta primeira etapa, poderá aproveitar melhor a rescisão caso seja demitida.
6. Não faça mais prestações
O momento de instabilidade não é propício para fazer prestações caras e de longo prazo, principalmente quem está no perigo iminente do desemprego. Por isso, Souza recomenda que, já estando endividada ou não, o melhor é evitar mais compras e prestações.
*Via Finanças Femininas.