“Sanduíches despretensiosos”: assim são definidos, pela própria empresa, os hambúrgueres do cardápio da Bullguer, rede paulistana inaugurada em 2015. É até possível encontrar alguns ingredientes mais diferenciados, como o queijo camembert empanado no “Cheese please”, mas quase todo o menu é composto de opções simples, como pão, carne, queijo e alguma salada ou molho.
Nada de muito exótico faz parte da estratégia de vendas da Bullguer: nem geleias secretas, acompanhamentos incomuns e muito menos os utensílios ímpares usados nas hamburguerias gourmet, como facas gigantescas para prender os hambúrgueres ou miniaturas de carrinhos de mercado para as batatas fritas. Tudo é servido em embalagens descartáveis, trazendo de volta a praticidade dos sanduíches, mas com um método de preparo muito mais cuidadoso.
As combinações clássicas e o modo descomplicado de servir não prejudicam a experiência do cliente, pelo contrário: carne fresca, tudo preparado na hora e com rapidez equivalente às famosas lanchonetes de fast food de balcão, e novidades periódicas, aliadas ao bom atendimento ao cliente, atraem um número cada vez maior de fãs. Em 2021, foram mais de 2 milhões de lanches vendidos e a expectativa é aumentar o faturamento em 35% até o fim de 2022.
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No físico e no digital, a Bullguer busca encantar com a experiência
As características listadas (simplicidade, praticidade e agilidade), aliás, são o que permitem a Bullguer manter o padrão de qualidade nas mais de 30 lojas espalhadas pelo país. Durante o pior período da pandemia de covid-19, a saída foi apostar no delivery.
“Antes da pandemia, nós disponibilizávamos apenas três lojas para o delivery. Quando a pandemia começou, agimos rápido para continuar a atender nossos clientes e, em 15 dias, expandimos as entregas para 21 unidades do Bullguer. Além disso, também trouxemos os totens de autoatendimento como opção digital para o nosso consumidor”, relata o sócio-fundador da Bullguer, Thiago Koch.
Os totens de autoatendimento se popularizaram com a pandemia, mas a experiência phygital não é uma tendência recente. A quebra de barreiras entre o digital e o físico já vem acontecendo antes de 2020, com o surgimento de novos métodos de compra, pagamento e consumo.
Mas, para Thiago Koch, o desafio agora é oferecer uma ótima experiência no ambiente físico, especialmente com as mudanças comportamentais dos últimos dois anos. “Acreditamos que o digital está bastante saturado, as pessoas estão muito aceleradas do dia a dia, procurando ambientes mais descontraídos, que desacelerem um pouco e que sejam porto seguro para momentos gostosos. Então, nosso principal diferencial é ter o digital, mas deixando o mais humanizado possível, disponibilizando o autosserviço mas, ainda assim, com contato com colaboradores de forma cordial e leve”, explica.
“Na contramão das hamburguerias gourmet”: baixo preço, alta qualidade
O atendimento ao cliente alia-se aos preços acessíveis para fazer o restaurante se destacar no ramo do food service. Se a intenção é ser diferente das hamburguerias gourmet que se multiplicaram na última década, isso também é refletido no preço final, mas com qualidade equiparável.
A opção mais básica, batizada de Standard e que leva pão, carne e queijo, custa R$22 e pode ser encontrada a apenas R$12 no evento promocional Cheesebullguer Day, realizado na última segunda-feira de cada mês. É a oportunidade perfeita para quem quer experimentar o lanche gastando pouco e, quem sabe, voltar para provar as outras opções do cardápio. Contudo, ao mesmo tempo que manter os preços menores do que os da concorrência torna o negócio competitivo, também traz a dificuldade para segurar os aumentos em época de inflação.
“Entre os desafios do nosso negócio está a equação entre qualidade e preços acessíveis. Temos bons parceiros, que neste momento, reforçam a boa relação para mantermos a mesma qualidade de sempre com um bom custo-benefício”, destaca o sócio-fundador da Bullguer.
A experiência do cliente, aliás, é fator considerado importante em um processo de compra para 93% dos consumidores, segundo uma pesquisa da Opinion Box. Se a digitalização foi imprescindível no ápice da pandemia para manter as vendas, hoje é fundamental oferecer diferenciais no ambiente físico. “Além da qualidade do produto, acreditamos que comer no Bullguer é uma experiência. Então trazemos a essência Bullguer em cada detalhe, como no ponto da loja, no ambiente, na música, no atendimento e até com os colaboradores contratados. Prezamos sempre pelo bem-estar e transparência com os clientes e colaboradores”.
Investimento em novidades
A expansão da Bullguer foi rápida: a segunda loja foi aberta oito meses após a inauguração da primeira. Hoje, além das unidades brasileiras, o restaurante está presente também em Portugal. Mas, para continuar crescendo, mantendo o sucesso e o engajamento do cliente , é necessário planejamento e inovação. Por isso, cada passo é dado após análise de mercado e pesquisa de tendência inclusive fora do Brasil.
Eventualmente, a Bullguer também cria sabores diferentes, em edições limitadas, o que contribui para fidelizar os clientes. Um desses sabores, o Biggie B, foi lançado em fevereiro deste ano e, além dos ingredientes tradicionais, leva na receita a maionese tipo Kewpie, feita de óleo de gergelim, shoyu e vinagre de arroz. E, para os vegetarianos, há no cardápio opções em parceria com a NotCo, empresa de alimentos à base de plantas. Essa parceria também rendeu o lançamento do NotBurger Smash, hambúrguer 100% vegetal em versão mais fina.
“Acreditamos que o cliente esteja em busca de novidades e as novas unidades Bullguer são o retrato de como o mercado fora do eixo Rio-SP tem se desenvolvido. Estamos chegando ao sul do Brasil, um mercado promissor para o nosso segmento”, afirma Thiago Koch.
Estudo, planejamento e inovação já fazem parte da gestão da Bullguer. Agora, o principal objetivo, como o de muitos empreendimentos, é entender o comportamento do consumidor e as possibilidades em meio às instabilidades.
“A pandemia trouxe mudanças de vivência e de mercado a toda a sociedade. Então nosso maior desafio é mesclar essas questões do ‘novo mundo pós-pandemia’ adaptando os custos que subiram para todos. Estamos nos tornando cada vez mais humanizados e acreditamos no nosso negócio, no nosso produto e na nossa equipe”, completa o sócio-fundador da Bullguer.
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