Finalmente chegamos a Cusco. E, infelizmente, não podemos dizer que teremos a melhor lembrança da viagem. Ok, a região tem sua beleza única e peculiar, e falarei dela nos próximos textos. Mas, por força das circunstâncias, ao invés de minha primeira dica ser sobre um lugar bonito para conhecer, ela tem que ser: tomem cuidado com as moedas. Sim as moedas, de 2 e, principalmente, 5 pesos.
Mal chegamos à cidade e, ao tentar comprar o SOAT (Seguro Obligatorio de Accidentes de Tránsito) dentro do banco, a caixa me devolve uma boa quantia em dinheiro informando que aquelas moedas eram falsas… A conta? Aproximadamente 100 pesos (o peso, pelo valor de troca no país, tem o mesmo valor do real. Ou seja, prejuízo de R$ 100,00).
E esse nem era o maior dos problemas. O verdadeiro e mais grave problema é que passar nota falsa (ainda mais dentro de um banco) é crime, com pena de 3 a 13 anos. Claro que, ainda bem, a atendente do banco, super simpática, percebeu que éramos brasileiros e que havíamos sido enganados. Até porque passar nota falsa dentro do banco seria uma burrice sem tamanho.
Consegui com ela um exemplar de cada moeda e de cada nota vigente. Assim, pude identificar as diferenças para evitar passar por problemas maiores e não cair mais no golpe de receber trocos errados.
Se as moedas estiverem com as bordas lisas (sem as ranhuras laterais) não aceitem. As moedas falsas (normalmente de 5 pesos) parecem gastas, mas não se deixe ludibriar. Elas são feitas de um níquel barato que faz com que rapidamente percam a marcação.
A lhama que consta nas “costas” da moeda de 5 pesos deve estar totalmente legível e seu pescoço deve ficar bem rente ao centro da moeda. As laterais não podem estar lisas, precisam ter uma borda, mesmo que bem fina… Se, ao passar o dedo na moeda, você tiver a impressão de que ela está escorregadia, não aceite, devolva.
E, vai por mim, eles devolvem sem questionar… Foi assim no táxi, no troco do café, no restaurante, no posto de gasolina… Encontrei mais moedas falsas do que brasileiros em Cusco.
Mal entramos na cidade e a visão não foi de agradar muito. Casas inacabadas, sujeira para todo lado, trânsito extremamente desorganizado e muitas, muitas buzinas sendo apertadas freneticamente. Olha a moto, buzina, olha o carro, buzina, olha o caminhão, buzina, o estudante, buzina… Enfim, a orquestra do dia é regida pela buzina e ela toca a céu aberto.
Após algumas horas com os ouvidos já acostumados, fomos conhecer a principal atração turística dentro da cidade de Cusco que é a Praça das Armas.
Em 1532 o colonizador Francisco Pizarro invade e saqueia a capital do império Inca (Cusco) destrói e rouba boa parte dos monumentos a sua volta. Um ano mais tarde, com o domínio espanhol já estabelecido, ele nomeia a praça que ficava rodeada dos palácios Incas como Praça das Armas (nome propício, considerando o enredo que guerra que envolvia os moradores da região e os imigrantes colonizadores).
Atualmente ao redor da praça não existem mais os palácios Incas, que deram lugar a igrejas, museus e alguns comércios. Mas a praça, mesmo após algumas reformas continua lá, quase intacta… No original Inca, ela era conhecida como “Huacaypata” que significa “ponto de encontro”. E Cusco significava: umbigo do mundo.
Dica dois:
Após conferir o troco do táxi, compre um café para viagem em um dos restaurantes que ficam ao redor da praça. Sente em um dos bancos da praça e tome seu café lentamente enquanto toma um pouco de sol e observa a movimentação. O horário ideal para se fazer isso é por volta das 9h da manhã, quando a praça ainda se encontra um pouco vazia, o frio se faz presente, mas o sol começa a ganhar espaço.
Por volta das 11h a praça começa a receber turista de todo canto, os vendedores de passeios logo tomam conta do lugar e abordam a todos que passam oferecendo um passeio. Logo chegam diversas moças oferecendo massagem…
Infelizmente, rapidamente, nos lembramos do centro de São Paulo.
Viagem que segue