Você é dessas pessoas que passam o dia lendo blogs e sites de notícias, fazem perguntas sobre tudo ou gostam de debater ideias e opiniões por aí? Talvez você seja o que muitas empresas estão buscando, mesmo que ainda não saibam.
Essas são algumas das perguntas feitas por um teste criado pela multinacional de saúde e tecnologia Merck com o intuito de medir o nível de curiosidade das pessoas, incluindo sua relação com o ambiente profissional. O teste pode ser feito aqui.
O entendimento da companhia é que a curiosidade é um dos motores mais básicos para a inovação. O teste, inclusive, é apenas uma parte de um projeto maior sobre o assunto que a Merck passou a fomentar em nível global no ano passado. Ele inclui estudos, pesquisas e também pode ser acompanhado, em várias línguas (inculindo português), em um site criado especialmente para reunir as descobertas e debates sobre o assunto.
“Se alimentada e encorajada, a curiosidade pode nos ajudar a resolver muitos problemas do presente e do futuro, estar um passo à frente em um mercado em constante mudança, imaginar e desenvolver os produtos que nos farão mais saudáveis e ao meio ambiente mais limpo – e até nos divertir e distrair”, diz a Merck, no relatório com o resumo das principais descobertas acerca da curiosidade no ambiente de trabalho em 2016.
Faces do curioso
Para definir o que é ser curioso e embasar tanto o teste quanto as pesquisas do projeto, foram reconhecidas quatro frentes que, juntas e equilibradas entre si, complementam o perfil de um legítimo curioso: questionamento, criatividade, abertura e tolerância.
O primeiro diz respeito ao comportamento explorador da pessoa, que inclui seus hábitos de fazer perguntas e pensar além das coisas que são postas. A criatividade está mais relacionada à habilidade de propor formas alternativas de abordar tarefas e solucionar problemas.
A abertura é importante pois pressupõe a disposição em interagir com ideias e opiniões diferentes, enquanto a tolerância avalia a resistência em lidar com situações adversas.
“Queremos saber se a pessoa é questionadora, e consegue descobrir o novo, o misterioso, o incerto e o complexo no mundo”, diz o psicólogo Todd Kashdan, pesquisador da George Mason University e um dos coordenadores do projeto. “Mas outro elemento é ser capaz de tolerar o desconforto quando confrontando o novo.” Sem isso, explica Kashdan, as qualidades anteriores acabam perdendo força
Poucos no mundo
Segundo os levantamentos feitos pela iniciativa, que entrevistou 3.000 funcionários em empresas dos Estados Unidos, Alemanha e China, muitos reconhecem a importância da curiosidade, mas poucos consideram tê-la e menos ainda acham que são incentivados a isso.
Para 95% dos entrevistados, a curiosidade é um elemento ao menos um pouco importante para trazer ideias novas e 84% consideram que os colegas curiosos são os que mais convertem ideias em prática.
Por outro lado, só 20% responderam se considerar uma pessoa curiosa, e 9% afirmaram se sentir estimulados à curiosidade dentro da cultura organizacional de sua empresa. Pouco tempo, falta de apoio financeiro e falta de desenvolvimento profissional estão entre as principais barreiras identificadas.