“Senhoras e Senhores, um dia ‘neutro’ para vocês. Neutro pois não está mal, mas também não posso dizer que está bem, né? Olha para essas eleições. Como é possível pensar que vai ser bom para alguém? Não temos mais nada para nos orgulhar. Nem mesmo o futebol nos dá esperanças. Do Oiapoque ao Chuí. O que vemos é corrupção, desigualdade, desemprego. Não me lembro a quanto tempo não vejo boas notícias”.
Diante de uma plateia lotada, um homem, no centro do palco principal do CONAREC, conversa com a plateia quando, de repente, é interrompido por uma interferência no telão. Ele continua o discurso. “A burocracia desencoraja os empreendedores a abrirem suas empresas. Os impostos são extremamente altos e inviabilizam nossos modelos de negócio! E a crise econômica, parece não passar nunca? Desemprego, dólar nas alturas! Vejam quantas pessoas já desistiram de seus sonhos! Quantas pessoas vivem em sua zona de conforto?”.
Uma dose de otimismo
As luzes se apagam. E, no telão, surgem imagens de empresas e empreendedores que estão ganhando o mundo e de pessoas que carregam sonhos. Um País em que as pessoas se reinventam, trabalham duro e são felizes. De repente, uma pessoa mascarada, como na série La Casa de Papel, discursa:
“Senhoras e senhores, somos movidos pelas histórias que contamos a nós mesmos. Se vocês contam para si mesmos essas histórias de que o governo não ajuda, que a crise está te prejudicando, que a política não tem jeito, certamente não sairemos do lugar. Você acha que o negativismo vai te levar para onde? Principalmente aqueles que têm grandes poderes nas mãos. O que estamos fazendo para não deixar esse pessimismo prevalecer?”
O discurso continua: “Se queremos chegar a um futuro brilhante, precisamos agir agora. Não existe mais tempo para reclamar de preços, políticos, empresas. Quem construiu este País e quem continuará a construir somos nós. O fator de mudança deve estar dentro de cada um de nós. E o nosso evento pode ser o ponto de partida!”.
Manifesto
Para dar continuidade ao manifesto, pessoas da plateia se levantam e sobem ao palco carregando cartazes. Elas defendem as pessoas que buscam diariamente mais significado no que fazem, nas relações que criam, nos produtos que compram.
Esse é o pós-consumidor, um conceito que é tema, este ano, do CONAREC. Um consumidor muito mais exigente, vibrante, engajado e inconformado com a burocracia, a perda de tempo e a falta de iniciativa. Durante dois dias, a missão do congresso é nada mais, nada menos do que desvendar os segredos deste novo consumidor.
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