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CM Entrevista: “IAs de código aberto e IA física prometem mudar a dinâmica dos negócios”

CM Entrevista: “IAs de código aberto e IA física prometem mudar a dinâmica dos negócios”

Para Marco Stefanini, a combinação de IA abre caminho para que tecnologia e humanos trabalhem em conjunto para solucionar desafios complexos.

Segundo o Gartner, cerca de 60% dos serviços de TI serão impulsionados por Inteligência Artificial generativa e hiperautomação até 2027. Sendo que 53% dos CEOs entrevistados pela organização dizem que a jornada de transformação digital de seus negócios ainda está em seus primeiros passos. Não há mais dúvidas de que vivemos um ano decisivo para avanços e resultados significativos de negócios com uso de IA. E as organizações que não forem propositivas, com muito cuidado e atenção, podem ficar de fora do mercado nos próximos anos.

Com mais de 250 casos de uso em operação em 100 clientes, o Grupo Stefanini tem construído um sólido conhecimento sobre aplicação e uso de IA. Para Marco Stefanini, fundador e CEO global da organização, 2025 será decisivo para grandes avanços com IA. “Nesse ano, teremos um salto na adoção da tecnologia, o que chamo de 3ª fase do ciclo de Inteligência Artificial.”

Essa afirmação está relacionada à combinação de IA de código aberto com IA física (robótica, IoT, sistemas embarcados), que criam um novo paradigma para a inovação empresarial, impulsionando eficiência operacional, personalização em escala e modelos de negócio disruptivos.

3ª fase do ciclo de IA

Foi sobre esse momento, sobre o papel da liderança e os novos desafios com IA, além do diferencial do Grupo Stefanini no trabalho com essa tecnologia, que conversamos recentemente com Marco Stefanini. Confira a entrevista exclusiva!

Consumidor Monderno: Como você tem percebido o interesse na adoção e uso de IA pelas lideranças executivas no Brasil? Em que estágio estamos e para onde as companhias desejam caminhar com essa tecnologia?

Marco Stefanini: O mercado B2B sempre é mais lento na adoção de novas tecnologias. Isso ocorre na maioria dos mercados. Mas, claro, há várias empresas com iniciativas de IA, especialmente após o lançamento dos modelos generativos. Existe um tempo de absorção – neste caso, acredito que o Brasil está um pouco atrás em relação aos países desenvolvidos, principalmente porque a discussão no País fica mais na forma do que no conteúdo. Diria que o Brasil precisa acelerar mais a adoção de IA, porque essa tecnologia pode ser uma grande oportunidade para que as empresas, independentemente do setor, se tornem mais competitivas.

Acredito que, nesse ano, teremos um salto na adoção da tecnologia, o que chamo de 3ª fase do ciclo de Inteligência Artificial:

  • Fase 1 – Experimentação: esse é o momento de conhecer mais sobre a tecnologia, entendendo seu potencial, as barreiras, obstáculos e possibilidades. É uma fase marcada pela criatividade e não pela busca por aplicações práticas.
  • Fase 2 – Implementação: é o período em que os testes avançam para projetos-piloto que visam mostrar às empresas que é possível obter ganhos reais com o uso da tecnologia. Inclui, também, as implementações, porém ainda sem uso massivo.
  • Fase 3 – Adoção massiva: é a hora de ganhar escala. Após implementar, as empresas devem usar massivamente e, assim, obter os resultados esperados. Portanto, é a hora de acelerar.
CM: Do ponto de vista de infraestrutura tecnológica e capacitação profissional, as empresas brasileiras estão preparadas para usufruir de todo o potencial da IA?

O relatório Top Strategic Technology Trends for 2025, do Gartner, estima um salto na adoção de Agentes de Inteligência Artificial em aplicativos empresariais, aumentando de 1% atualmente para 33% até 2028, uma evolução expressiva e sem precedentes. A tecnologia permite que as máquinas planejem, decidam e executem tarefas de forma autônoma para ampliar a produtividade em diversos setores.

No Brasil, as empresas que ainda não se prepararam terão que correr atrás para não perderem a competitividade. Isso implica investimentos em infraestrutura tecnológica adequada e em pesquisa e desenvolvimento, além da busca por parceiros que possam auxiliar em todo o processo. Uma tecnologia, qualquer que seja, deve ser utilizada para atender as necessidades dos clientes e acelerar oportunidades de negócios que tragam resultados concretos.

Para apoiar a adoção de IA, é preciso investir também em educação e capacitação. De acordo com uma pesquisa da consultoria IDC, os líderes brasileiros de tecnologia apontam que o principal desafio é encontrar talentos que possam ajudar a desenvolver as soluções de IA e a conectar isso com as áreas de negócios. Por isso, a importância de investir na educação e na formação de profissionais para não perder em evolução de negócios.

IA Física

CM: Temos um futuro interessante e desafiador com novas IAs de código aberto e com a IA física aplicada à robótica. Como você avalia esse futuro para o mercado brasileiro?

A combinação das IAs de código aberto com IA física promete mudar a dinâmica dos negócios, abrindo caminho para que tecnologia e humanos trabalhem em conjunto para solucionar desafios complexos. As IAs de código aberto democratizam o acesso a tecnologias avançadas, permitindo que desenvolvedores, startups e empresas inovem mais rapidamente sem altos investimentos em tecnologia proprietária.

Se por um lado a expansão de IAs de código aberto é interessante, por outro traz desafios em relação à segurança de dados. É preciso garantir que as IAs sejam usadas de forma responsável.

Quando falamos de futuro, a tendência é que haja um crescimento significativo no uso da “IA física” – aplicações de Inteligência Artificial em dispositivos e máquinas físicas, permitindo que interajam com o mundo real de maneira autônoma ou semi-autônoma. Isso inclui o uso de IA em robôs, drones, carros autônomos e dispositivos de Internet das Coisas (IoT), que possibilitam inovações em diferentes áreas de negócios, como logística, transporte, manufatura, saúde, educação e telecomunicações. Trata-se da “nova era da IA”, caracterizada por um progresso acelerado na capacidade das máquinas de aprender, raciocinar e se adaptar.

IA redefinindo CX

CM: Sobre Customer Experience (CX), o que ficou no passado na experiência do cliente e que agora foi redefinido com o uso de IA?

A IA vem se democratizando rapidamente e está disponível para todas as áreas de negócio – não apenas por meio de soluções prontas, mas também com a possibilidade de desenvolvimento de soluções personalizadas que realmente compreendam o perfil do cliente. Se antes as interações eram genéricas, hoje a IA analisa o comportamento do consumidor e fornece recomendações altamente personalizadas.

O uso de assistentes virtuais inteligentes permite que os serviços de atendimento ao cliente ocorram a qualquer momento, sete dias por semana, deixando no passado as interações restritas ao horário comercial. Além da agilidade, a Inteligência Artificial possibilita o atendimento omnichannel, que contempla informações integradas, independente do canal. O cliente é quem escolhe por onde se comunicar. Cabe à empresa se preparar para oferecer interações que surpreendam e fidelizem o consumidor.

Hoje, as marcas têm uma oportunidade incrível de se conectarem de forma mais profunda e significativa com os consumidores. As pessoas estão cada vez mais ansiosas para serem ouvidas, para participarem, e as marcas que souberem aproveitar isso terão uma vantagem competitiva. O segredo está em ir além da comunicação tradicional para criar conversas que realmente envolvam. Não se trata apenas de falar com o cliente, mas de trazê-lo para perto, construindo comunidades ativas.

IA e transformação digital

CM: Como o Grupo Stefanini se destaca no mercado em termos de aceleração da transformação digital e uso de IA para seus clientes?

Com um modelo de governança de IA implementado e mais de 8 mil prompts que são usados de forma descentralizada para apoiar as equipes internas, o Grupo Stefanini permite que as diferentes áreas criem e reutilizem soluções de Inteligência Artificial.

A grande experiência com IA há 14 anos tem permitido ao grupo concorrer em escala global para transformar os negócios dos clientes. Atualmente, temos mais de 250 casos de uso de IA aplicada em empresas ao redor do mundo.

Hoje, a Inteligência Artificial é uma tecnologia cross, que vem sendo embarcada em todas as nossas ofertas – aplicações, cibersegurança, cloud, digital workplace, indústria, infraestrutura híbrida, marketing e tecnologias financeiras, ampliando a produtividade. Considero a IA um acelerador de transformação digital e de crescimento das organizações.

Com IA é possível, por exemplo, responder a ameaças cibernéticas em tempo real, identificar transações incomuns para evitar fraudes e aprimorar a qualidade do Service Desk com assistentes digitais inteligentes e multilíngues. Nos centros de desenvolvimento de software, a tecnologia auxilia os clientes nos testes, elevando o nível de qualidade e reduzindo o time to market.

Com nossa plataforma Stefanini Artificial Intelligence (SAI), conseguimos migrar aplicações de tecnologias antigas para novas, reduzindo custos e adotando as melhores práticas de segurança cibernética. O aprendizado de máquina permite identificar padrões associados a fraudes, realizar varreduras de aplicativos e reconhecer e bloquear e-mails de phishing.

A IA generativa também pode ser utilizada:

  • Em vendas para analisar o comportamento do consumidor e prever a próxima compra; na automação da triagem de currículos e em treinamentos;
  • Na área jurídica para verificar contratos e garantir que atendam às políticas estabelecidas;
  • Na análise de dados para personalizar o atendimento ao cliente e retê-lo;
  • Na logística, otimizando rotas de entrega com base em tráfego, clima e outras variáveis.

Estamos sempre olhando para o futuro e como podemos nos superar. A busca de sinergia global com a mentalidade AI First permite entregar o que temos de melhor para nossos clientes. Esse ponto é, certamente, um diferencial de mercado.

IACX: A Ascensão da IA Emocional

No dia 6 de maio, será realizada a segunda edição do seminário IACX, que promete transformar a maneira como compreendemos e aplicamos a Inteligência Artificial nas relações com os consumidores.

O tema deste ano, “A Ascensão da IA Emocional”, simboliza um novo capítulo para o mercado: a tecnologia dever ser inteligente, mas igualmente humana. O evento será marcado por pitches autênticas com cases reais, onde empresas mostrarão como estão utilizando IA para transformar a jornada do cliente.

Quer fazer parte dessa história? Inscreva-se já e acompanhe a transmissão online do seminário clicando aqui. Nos vemos lá!

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A busca incansável da excelência e a inovação como essência fomentam nosso espírito questionador, movido pela adrenalina de desafiar e superar limites – sempre com integridade.

Esses são os valores que nos impulsionam a explorar continuamente as melhores práticas para o desenho de uma experiência do cliente fluida e memorável, no Brasil e no mundo.

A IA chega para acelerar e exponencializar os negócios e seus processos. Mas o CX é para sempre, e fará a diferença nas relações com os clientes.

CAPA: Camila Nascimento
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