Eles pedem que a empresa conserte os aparelhos de forma gratuita mesmo nos casos em que a garantiu já terminou. “Pagamos por isso”, diz o texto que acompanha a imagem de uma tela de computador de grande resolução em que é possível apreciar uma imagem de folhas em grande detalhes. “Mas recebemos isso”, diz a frase seguinte. “Isso”. “E isso”. As fotos mostram três laptops com manchas na tela.
Para isso, organizaram a campanha Staingate (de stain, mancha em inglês) e criaram uma página na internet e no Facebook com esse nome. De acordo com o site do grupo (staingate.org), até 13 de julho 2.958 clientes insatisfeitos com a Apple haviam aderido à iniciativa. E a lista “cresce a cada dia”.
Todos eles viram “manchas horríveis” aparecerem em suas telas de alta densidade de pixels, pelas quais pagaram até US$ 2.499 (cerca de R$ 7.900), no caso do modelo de 15 polegadas, segundo os preços atuais da empresa.
Muitas lojas da Apple ao redor do mundo ? como na Alemanha, Hong Kong e Nova Zelândia – concordaram em consertar as telas gratuitamente, mesmo fora do período de garantia. Outros consumidores disseram que, ao procurar a Apple, foram informados de que o dano ao computador era “cosmético”, o que não normalmente não é coberto pela garantia
À BBC, a Apple não confirmou se há problemas com a tela e o que poderia estar causando danos. Um porta-voz da Apple disse à BBC que clientes com problemas deveriam entrar em contato com a empresa.
Os modelos de 2013 são, aparentemente, os mais afetados, mas há discussões online sobre o problema desde 2009. De acordo com a página da campanha, muitos tiveram que pagar US$ 800 pelo conserto da tela.
Pedem, por isso, “um programa de reparações gratuitas para todos os MacBooks com o mesmo problema, sem levar em conta se estão sob garantia ou não. Porque já pagamos muito dinheiro ganho com grande esforço para ter um computador defeituoso”.
Por outro lado, e apesar dos quase 3 mil afetados que se uniram à campanha, alguns especialistas dizem que não é um problema comum. Até o momento, o grupo por trás da campanha não obteve resposta nem do fabricante nem da Apple, mas o escritório de advocacia americano Whitfield Bryson & Mason entrou em contato com o grupo para que eles analisem suas opções legais.
A Apple já enfrentou pressão de seus clientes em 2013, quando várias pessoas que adquiriram MacBooks de 15 ou 17 polegadas no início de 2011 reportaram problemas com os processadores gráficos dos computadores. Depois de ignorar vários pedidos para solucionar o problema, a Apple teve de enfrentar uma ação coletiva antes de iniciar um programa de consertos em fevereiro daquele ano.
* Com informações da BBC.