Digite agora mesmo na barra de busca do Google: “imagens de animais que não sejam elefantes”. Qual foi o resultado? É praticamente certo que você verá imagens de elefantes… Essa é a diferença entre a Inteligência Artificial convencional e a computação cognitiva, que é representada pelo sistema Watson, da IBM. Diversas aplicações e conceitos relacionados ao desenvolvimento do Watson foram apresentadas durante o Plusoft Experience. A palestra de David Dias, da IBM, o líder do Watson no Brasil, foi bastante ilustrativa sobre a grande diferença entre esse sistema e os Apps convencionais.
Tudo muito simples: Watson não se programa, se treina. No Brasil, a voz de Watson e sua, digamos, personalidade, tem o nome de Isabela. David Dias mostrou como Isabela era capaz de falar, com emoção e tonalidade muito reais as mais diferentes frases. Entre elas, que o “Palmeiras é o líder do campeonato, contudo não tem título mundial”. A cognição também significa entrar em polêmicas diversas, pelo jeito.
Brincadeiras à parte, o desenvolvimento das IAs entra na mesma linha de pensamento apresentada por Walter Longo na palestra de abertura: permite a redução impensável de processamento de tarefas e informação, enquanto nos joga para uma certa obsolescência em relação a qualquer atividade que possa ser repetitiva.
A principal ideia por trás de Watson é que ele pode ser treinado. Um exemplo final: ao submeterem Watson a todo o pensamento deixado por David Ogilvy em sua vida, o sistema interagiu como 10 publicitários no que pôde ser considerado uma experiência praticamente espírita…
Então, ficamos assim: Watson talvez não tenha sido criado para substituir seres humanos, mas já se considera a Inteligência Artificial no uso e desenvolvimento de políticas públicas eficientes. A discussão é séria no ambiente político dos EUA.
Algo a se considerar nesses tempos de Brasil ainda sensibilizado pela crise política. Você votaria numa Inteligência Artificial para prefeito?
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão.