Está em todos os jornais. O governo publicou nesta quarta-feira (2) a Medida Provisória de número 714, que eleva o limite para a participação estrangeira no capital com direito a voto das companhias aéreas do país de 20% para 49%. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) anunciou em nota que apoia a MP.
Mas o que isso quer dizer? Segundo Eduardo Sanovicz, o presidente da Abear, a medida traz consequências positivas para todos os lados: para o país e, para a cadeia produtiva do turismo, para as empresas, e para o consumidor.
Segundo ele, para a aviação, a mudança representa o acesso a credito, a novos recursos. “Isso significa ingresso de euros e dólares na vida cotidiana das empresas aéreas, em um ano que, até agora, se demonstra ainda mais duro do que foi 2015. E este acesso a crédito vem com benchmarking, know-how, tecnologia, a possibilidade de abrir novas rotas, uma inserção maior da aviação brasileira no mercado global. E isso é muito bom”, afirma Sanovicz.
Ainda de acordo com o presidente da Abear, a medida é boa para o país, porque se existe uma aviação mais consistente no Brasil, é possível manter o país conectado. “Uma nação com o tamanho do Brasil depende da aviação, até porque não temos uma malha ferroviária desenvolvida e as distâncias inviabilizam as rodovias. Isso torna a aviação atividade estratégica e se ela estiver fragilizada pode ter um impacto grande na economia e na vida das pessoas”, completa.
Em terceiro lugar, ele lembra dos benefícios que a medida trará a toda a cadeia produtiva vinculada à aviação, quer seja a direta – companhias aéreas e seus prestadores e fornecedores – ou a indireta – relacionada a serviços e turismo. “Agências, operadoras, hotéis, locadoras, organizadores de eventos, cadeia alimentícia, comércio. O turista é a pessoa que, quando chega em uma cidade, come fora, dorme fora, compra e visita lugares.Toda essa cadeia vive da consistência da aviação”, lembra.
“E é positivo para o consumidor porque, na medida em que as três questões anteriores se verificam, ele continua a ter acesso a uma aviação de qualidade, com uma tarifa mais baixa”, completa Eduardo Sanovicz. Ele lembra que saímos de 30 milhões de passageiros para 100 milhões, com uma tarifa que caiu pela metade, conectando mais de cem cidades e a ideia é ampliar ainda mais esse atendimento. “Garantir a travessia da crise mantendo toda essa estrutura no ar é fundamental para os passageiros”, conclui.