Há muito por dizer do Dia Internacional da Mulher. Mas, em 2016, um aspecto, em particular, chama a atenção no País. Já se pode afirmar que a mulher brasileira é uma internauta. Ela tem, cada vez mais, acessado a web. E adotou o celular como um novo parceiro da sua rotina. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, divulgada em novembro de 2015, comprova que as mulheres já são maioria no mar aberto da internet: somavam 52,2% dos internautas. O levantamento informa também que possuíam mais celulares que os homens: entre elas, 78,6% já tinham o seu, índice, este, maior que o dos homens, cuja média era de 77,3%.
Para além das questões da nova cidadania digital que esta tendência revela, há outras, que se tornam cruciais, principalmente na hora de atender à consumidora brasileira, mais conectada do que nunca, com acesso à internet, smartphone e novas demandas.
Já sabíamos que, entre as consumidoras do Brasil, o smartphone vinha sendo usado como um instrumento de busca de produtos e serviços na internet. A novidade é que, agora, além de visualizarem o que querem comprar, elas clicam sobre os itens e por eles pagam, concluindo todo o processo da compra na pequena vitrine de seus celulares.
A compra pelo celular é um comportamento já registrado principalmente nos grandes e-commerces brasileiros de moda. Neles, entre 35% e 50% das vendas são concretizadas a partir de um dispositivo móvel. A tendência é que o mesmo também passe a ocorrer nos próximos tempos em outras categorias de produtos.
É fundamental, portanto, que as empresas adequem seus websites de forma que sejam responsivos. Ou seja, devem contar com a tecnologia que adapte a imagem de seus sites a qualquer tamanho de tela, em particular às dos celulares.
Repensar o próprio layout dos websites é outra recomendação. Nada de agrupar muitos produtos ou informações em uma mesma imagem. Ao contrário. Os detalhes de cada produto devem poder ser conferidos, individualmente, a partir de uma tela de celular.
Mais um ponto: no passado, muitas vezes uma mulher era a maior influenciadora de outra no momento da compra: sua amiga, sua irmã, sua vizinha. Hoje, na web, uma influenciadora que arrasta milhares de cliques é a blogueira mais em voga. Há blogueiras que chegam a ter milhões de seguidoras, em posts diários, nos quais confidenciam, em um estilo pessoal e descontraído, suas descobertas no mundo do consumo. Acredite: essas campeãs da web são poderosas aliadas do merchandising. Vale a pena avaliar a possibilidade de contratá-las para reforçar sua estratégia de Comunicação e Marketing.
E por falar do comportamento das mulheres na internet, lembre-se que boa parte delas frequenta mais de uma vez ao dia as redes sociais. Com um pouco de criatividade, esses canais onipresentes neste milênio podem se tornar outdoors virtuais eficazes na hora de chamar atenção da consumidora brasileira.
A última dica é azeitar canais de atendimento a esta consumidora que está aprendendo a comprar na web. Um SAC com profissionais bem treinados deve ser capaz de, não apenas encaminhar as reclamações, mas, principalmente, estar preparado para lhes facilitar a devolução e a troca de produtos. E, claro, estar pronto para ouvir o que a mulher brasileira que passou a comprar na internet tem a nos dizer.
(*) Paula Paschoal é diretora Comercial do PayPal Brasil