A quantidade de pagamentos sem uso de dinheiro em espécie deve continuar sua trajetória de rápido crescimento, de acordo com o Relatório Mundial sobre Pagamentos 2015 da Capgemini, um dos principais provedores globais de serviços de consultoria, tecnologia e terceirização, e do Banco Real da Escócia (RBS).
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No Brasil, o crescimento anual médio das transações sem dinheiro foi de 9,1% entre 2009 e 2013, impulsionado pelo aumento das operações baseadas em cartões. Com isso, a emissão de cheques apresentou queda de 7,8% no mesmo período. Segundo a Capgemini, mudanças demográficas, maior renda disponível e aumento das compras on-line foram os fatores que suportaram o crescimento nas transações de débito e cartões de crédito no País.
Para 2014, projeções indicam que esse tipo de pagamento crescerá 8,9%, atingindo uma alta recorde de 389,7 bilhões de transações, o que representa um aumento em relação aos 7,6% registrados em 2013. Impulsionado pelo forte crescimento do volume de transações sem dinheiro nos mercados emergentes da Ásia e a ampla adoção de pagamentos móveis nos mercados maduros, o número de transações sem dinheiro cresceu mais rapidamente do que o PIB em todas as regiões do planeta em 2013.
Em 2014, estima-se que o crescimento foi causado pela recuperação econômica contínua dos mercados desenvolvidos, a rápida expansão da China, a adoção da tecnologia móvel e sem fio e a migração para esquemas de pagamento imediato.
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Ásia continua impulsionando o crescimento
Estima-se que o volume de transações sem dinheiro nos mercados emergentes da Ásia cresceu 27% em 2014, em relação aos 22% registrados em 2013, devido ao uso da internet e à adoção de pagamentos móveis. Em particular, o volume dessas transações na China deve superar o volume da Alemanha, Reino Unido, França e Coreia do Sul, levando o país a ocupar a quarta posição no mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, dos países da zona do euro e do Brasil, que ocupam o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Volume de pagamentos ocultos também aumenta
Estima-se que os pagamentos ocultos, ou seja, pagamentos processados por sistemas não bancários, representaram 10% (40,9 bilhões) das transações sem dinheiro em 2014, e devem aumentar nos próximos anos. A falta de dados consistentes sobre os pagamentos ocultos, que incluem pagamentos efetuados com cartões do tipo closed loop, aplicativos móveis, carteiras digitais e moedas virtuais, dificulta a determinação dos melhores modelos operacionais e de processamento nesses mercados.
Como os pagamentos ocultos não estão sujeitos à regulamentação, a exposição dos dados dos consumidores, a segurança das informações, a resolução de controvérsias, o combate à fraude e a lavagem de dinheiro também são preocupantes e precisam ser reduzidos.
?A cada ano, os bancos enfrentam novos desafios para inovar e atender à demanda dos consumidores por métodos de pagamento mais convenientes, rápidos, seguros e móveis?, afirmou em nota o diretor global de vendas da divisão de serviços financeiros da Capgemini, Andrew Less. ?Devido à pressão e à necessidade de novas iniciativas regulatórias que apoiem inovações como os pagamentos imediatos, os provedores de serviços devem adotar uma abordagem de longo prazo para o processamento de pagamentos, desenvolvendo um conjunto de produtos que possam gerar valor globalmente?, concluiu.
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