Os dados apresentados pelo estudo inédito da Serasa Experian “O cadastro positivo e a recuperação de crédito no mercado brasileiro” durante o Recover Money revelou que 27% da população de baixa renda (até R$ 2 mil mensais) comprometem mais da metade dos ganhos com produtos financeiros (veja a tabela abaixo).
Júlio Guedes, diretor de decision analytics da Serasa Experian e convidado para apresentar no painel “Um estudo sobre o cadastro positivo e seu reflexo na recuperação de crédito no mercado brasileiro” afirmou que a análise é “um instrumento que facilitará o mapeamento do endividamento e ajudará empresas e consumidores na relação com o crédito de forma consciente e sustentável”.
Ainda de acordo com o estudo, entre os brasileiros de alta renda, o percentual de endividamento cai para 13%. O levantamento considera cerca de 5 milhões de consumidores que aderiram ao cadastro positivo. O documento aponta, também, que o cheque especial é utilizado por 12% na baixa renda, subindo para 18% quando avaliada renda acima de R$ 10 mil.
Negativados e Inadimplentes
O estudo mostra que, entre os brasileiros negativados, a maioria está em débito com o banco/cartão de crédito (39%), seguido por financeiras e leasing (13%), empresas de serviços (12%), varejo (9%), água, energia e gás (9%) e outros (18%), sendo que a maioria dos negativados (69%) tem renda até R$ 2 mil.
Entre os inadimplentes o estudo identificou que 49% dos consumidores que tem o produto empréstimo pessoal estão com dívidas em aberto no mercado. “Percebemos aqui que, metade dos brasileiros que possuem empréstimo pessoal estão com problemas financeiros neste ou mesmo em um outro produto”, diz Júlio Guedes.
“Num cenário de 60 milhões brasileiros endividados, ou seja, 40% da população e cinco milhões de empresas endividadas nada como ter um instrumento como Cadastro Positivo para ajudar nessa recuperação”, avalia Guedes.
Bons exemplos
O estudo trouxe como exemplo de bom desempenho a partir do Cadastro Positivo o mercado americano. Nos EUA o CP levou a uma redução de até 43% na inadimplência. Para Guedes, trata-se de um desenvolvimento de consciência da sociedade para a importância dessa ferramenta. “Ele é uma plataforma de informação. Hoje temos no Brasil 150 instituições diferentes enviando semanalmente dados sobre nossos clientes que já estão no Cadastro Positivo. São informações valiosas para projetar um crescimento sustentável do credito no País”, avalia. Para Guedes ele também é um instrumento não só para instituições financeiras, mas para empresas de serviços e educação, por exemplo. “São informações novas que auxiliam diversos segmento de mercado na oferta de crédito e conhecimento da sua base de clientes”, pontua.
Por fim, Guedes resume dizendo que “tendo o crédito como o principal alavanca econômica do Brasil, o Cadastro Positivo certamente trará um crescimento seguro e assimétrico para a economia brasileira”. Como mensagem final ele faz um questionamento pertinente ao momento econômico do País. “Será que seu cliente prioriza a divida com sua empresa?”. Para Guedes, este é o grande valor do Cadastro Positivo: um raio-x da atividade econômica do consumidor e um instrumento de competitividade para empresas. “Conhecendo as nuances e números deste mercado todos saem ganhando”, diz. “O consumo se torna mais consciente e a criação de ofertas diferenciadas”, conclui.