De forma resumida, o termo Branding define como o processo de criação de uma marca e, dentro do digital, essa construção pode ganhar uma roupagem diferente. O infobranding é uma dessas especificações dentro do leque de construção de marca que tem a ver com infoprodutos, ou produtos digitais – e, nesse sentido, o universo da marca pode ser não apenas um negócio, mas também uma pessoa.
Como construir estratégias de marca que se posicionem e engajem no mercado digital foi o cerne do painel “Infobranding: estratégias autênticas para construir autoridade e engajar no digital”, que aconteceu durante o CONAREC 2024.
Para o consultor e mentor André Damasceno, de O Melhor do Marketing, é importante olhar para o propósito por trás de um negócio e consequente valor que uma pessoa ou marca pode gerar dentro do digital. Além disso, diferentemente do que se pode imaginar quando falamos de personas no on-line, os números passam longe de garantir qualquer coisa.
“A autoridade não se constrói com números, porque hoje é fácil atingir um determinado patamar. Para mim, o mais importante na construção de autoridade é o resultado gerado para os clientes”, conta ele, que costuma prestar consultoria para micro e pequenas empresas.
“Se eu falo que vou ajudar uma pessoa, preciso cumprir com essa promessa. Os números são consequência e eles vão crescer no dia a dia”, completa.
Já Camila Tucunduva, influenciadora e especialista em criação de cursos e produtos digitais, o segredo é saber entender qual é o seu principal atributo para, então, ofertá-lo como diferencial em meio a esse mar de infoprodutos que existe hoje.
“Existe muito curso online, muito produto digital, mas o importante é: “entenda no que você é bom de fato”, argumenta. Ela afirma, ainda, que é importante entender que “não é em tudo que a gente brilha, mas todo mundo tem algum ouro dentro de si e faz algo melhor que outras pessoas. É isso que precisa ser o teu produto”.
Bianca Ladeia, especialista em gestão de marca pessoal e posicionamento estratégico, completa os argumentos apontando que quando o assunto é marca pessoal, tudo deve ser pensado de forma estratégica. “É preciso ter intencionalidade em tudo o que se faz, da roupa que se veste ao comportamento que se tem”.
Para ela, saber o seu ‘porquê’ e se enxergar como um produto também é a chave para tornar uma construção de marca pessoal bem feita. Bianca ressalta, ainda, que a única coisa que não é possível de ser copiada é justamente uma pessoa. “Nós somos o único diferencial. É “o como” você faz é que faz com que as pessoas se apaixonem por você”.
Na era do LinkedIn
Quando uma marca pessoal entra em jogo, é também comum associar a construção de autoridade com o LinkedIn, visto que essa é a plataforma mais conhecida para os profissionais do mercado corporativo.
Mas como usar a mídia em favor da construção de autoridade é um trabalho estratégico e que, da mesma forma que a construção em outras plataformas digitais, também precisa considerar o que uma pessoa faz de melhor para se sobressair entre uma multidão de conteúdos.
“Todo mundo tem algum conhecimento a ser compartilhado e muitos profissionais pensam ‘só sei o básico’. Mas pense que o seu básico pode ser o avançado de muita gente”, comenta Luize Oliveira, influenciadora especialista em LinkedIn.
Uma dica para ganhar relevância na plataforma é aplicar técnicas de escrita e deixar de falar sem personalidade. “Ter técnica de escrita muda o jogo no algoritmo. É aprender a passar um conhecimento avançado de forma simples e genuína – não tem nada a ver com fazer autopromoção do tipo “estive presente em tal evento”, ressalta Luize, complementando que no LinkedIn é comum as pessoas falarem muito delas mesmas, sem trazer real valor para compartilhar com os outros usuários.
De olho no relógio
Quando se está construindo autoridade de marca, é importante entender também que o tempo é um dos ativos mais preciosos e, para criar uma base sólida, saber investir em organização para criar constância nos conteúdos e, assim, conseguir a relevância que se quer é uma estratégia-chave para o sucesso.
“No fim, a autenticidade é ser livre. Se você perde tempo tentando emular um personagem falando sobre coisas que gostaria de falar, você acaba jogando o seu tempo no lixo, porque dá trabalho tentar ser o que não se é”, argumenta Stenio Moura, mentor e palestrante pela SMart Time.
Para ele, tanto do ponto de vista da marca corporativa quanto da pessoal, ter clareza, valores e princípios para nortear as ações tornará o trabalho da construção do branding mais fácil. “Se dá menos trabalho, sobrará mais tempo para criar outras coisas”, conclui.