Em um ano profundamente afetado por uma crise sem precedentes, as empresas tiveram de traçar novas rotas para continuar sendo referência em seus setores. O turismo, porém, é um caso um pouco mais difícil. Com o isolamento social e o fechamento das fronteiras, o setor foi globalmente afetado. Em um momento tão difícil, como se reinventar preservando a saúde dos colabores e consumidores? As respostas foram dadas no painel do Conarec 2020 Atravessando a turbulência: como liderar o negócio para chegar no oceano, que contou com a presença do CEO da CVC Corp, Leonel Andrade; confira:
Blocos de atuação
De acordo com o CEO da CVC, que assumiu a empresa em abril deste ano – em meio ao ápice da pandemia -, o plano estratégico foi dividido em quatro etapas: “Primeiro pensamos em cuidar da sobrevivência, tanto dos clientes quanto dos colaboradores. Do ponto de vista dos clientes, com aeroportos e fronteiras fechadas, tivemos a missão de trazer todos pra casa. Também colocamos 100% da empresa em home office. Todos foram preservados e tenho imensa satisfação de dizer que, até hoje, não tivemos nenhuma perda ou caso grave”, comemora Leonel.
O segundo ponto, diz o CEO, foi cuidar da sobrevivência da empresa. O executivo afirma que foi feito todo o possível para evitar demissões em massa e cortes profundos. A saída, então, foi reduzir por três meses 50% do salário para quase todas as funções, incluindo diretoria e alta cúpula e, felizmente, segundo Leonel, a adesão foi massiva.
Ainda no segundo ponto, o investimento na digitalização da empresa não foi deixado de lado. “São questões vitais para o futuro. Investimos em CRM, Data Science, Data Lake, não paramos um minuto sequer. Estamos evoluindo muito justamente por não termos cessado o investimento. Seremos a única empresa omnichannel do setor no Brasil”, afirma.
A terceira e não menos importante decisão foi cuidar da saúde da empresa. “Tínhamos, da gestão anterior, balanços atrasados e má governança, portanto fizemos uma força colossal e estamos regularizados com nossos processos”, comenta o CEO.
Outra etapa foi, após cuidar da sobrevivência das pessoas, cuidar da saúde destas. Agora, com o abrandamento da crise sanitária, fazendo as pessoas viajarem novamente.
“Em abril, postamos um comercial dizendo: fique em casa agora, viaje depois. Uma empresa de turismo fazendo esse pedido mostra um compromisso muito grande tanto com os clientes quanto com os funcionários. Agora estamos retomando, claro, seguindo todos os protocolos de segurança. O turismo domestico tem voltado à ativa e somos protagonistas nessa retomada no mundo todo, principalmente no brasil, que é nossa casa.”
Navegando rumo ao futuro
Ao todo, a CVC detém 10 companhias, as quais Leonel Andrade informa que foram divididas em três unidades de atuação: as B2C (business to consumer), que representa 40% do setor do negócio da empresa e 50% do mercado de lazer no brasil, as B2B (business-to-business) e o que a empresa chama de Online, que são operações nas quais o cliente faz todas as suas compras sem nenhuma interação humana. Essa, a terceira, é representada pela Submarino Viagens.
“É o negocio que mais vai crescer no futuro. Além disso temos uma solidez muito forte na Argentina, com três empresas no país. Obviamente, pois a Argentina, apesar de também passar por suas dificuldades, tem uma cultura muito forte de turismo, os argentinos adoram viajar.”
Com essa reestruturação, a empresa busca criar um novo futuro. A visão, segundo Leonel Andrade, é “fazer com que todas as pessoas que nos procuram cheguem mais próximas dos seus sonhos”. Dentro desse valor, o CEO cita as práticas mais importantes para consegui-los: transparência nos negócios e o compromisso com a sustentabilidade.
“Temos que cuidar do ambiente, da diversidade, temos movimentos internos muito positivos. Buscamos atender todos os nichos. Buscamos sustentabilidade de alto compromisso com pessoas e com a vida. O maior plano de todos é colocar todo o nosso time 100% alinhado com tudo isso. Vamos ser seguramente protagonistas de toda a retomada do turismo no mundo. Já sobrevivemos a crise, agora queremos ser cada vez mais saudáveis e sustentáveis.”