O mercado do Douro em Portugal é a região na qual se pratica e se desenvolve a indústria do clássico e mundialmente famoso vinho do Porto. Esta variedade da bebida mais representativa da história humana – o vinho – confunde-se com a história de Portugal. A delegação do Consumidor Moderno Experience Summit este ano visita à Cidade Porto e inicia sua jornada em uma visita à espetacular Quinta da Pacheca, fundada em 17/04/1738 por Dona Maria Pacheca Pimentel.
Nesses quase trezentos anos de história (279 anos), a Quinta procurou manter a sua identidade e basear sua produção de vinhos de qualidade superior. A empresa hoje produz quase 700 mil garrafas/ano em pouco mais de 50 hectares no terreno dedicado à plantação e dedica-se à combinar vinhas e gastronomia para proporcionar experiências sensoriais mais ricas.
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A região do Douro tem quase 33 mil produtores em mais de 44 mil hectares de terreno agricultável. As pequenas e médias quintas precisam dedicar-se a hotéis e gastronomias para complementar sua atividade e renda. A própria Quinta da Pacheca cultiva um estilo e uma identidade própria, com nove tipos de uvas para os tintos e sete para os brancos. O vinho em Portugal normalmente é produzido combinando uvas diferentes. Estamos falando de tinta amarela, tinta marrom e outras variedades não tão famosas.
A região situa-se a 100 metros acima do nível do mar, fazendo com que o calor concentre-se abaixo do solo, preservando mais açúcar. Os vinhos são estruturados, feitos de forma frutada, ideal para pratos baseados em carnes pesadas e saborosas.
A inovação: manter princípios há 113 anos
Toda a produção da Quinta da Pacheca desde 1903 é feita no método tradicional, com a uva pisada por pés descalços e lavados. A ideia é extrair uvas com mais açúcar e taninos, controlando a acidez excessiva. A Quinta preserva um estilo de vinho mais frutado, repleto de tons de amora, cerejas e frutas vermelhas em geral. A autenticidade e a tradição na produção são traços da Quinta da Pacheca em sintonia com um momento voltado para o resgate de um ideal natural e pleno de significados.
Se por um lado a vivência nessas vinícolas parece representar um certo apego ao passado e à tradição, por outro é possível incorporar um aprendizado necessário às empresas em geral: fidelidade aos princípios, integridade, crença nos valores como prerrogativa para assegurar a perenidade.
O grupo de participantes do Consumidor Moderno Experience Summit pôde exercitar essa visão de mundo ao engarrafar e rotular vinhos da Quinta da Pacheca. Todo o processo de engarrafamento, rolha, fechamento e rótulo foi feito pelos participantes que puderam, ao final do evento, levar garrafas personalizadas.
Brinde à transformação
O tema do workshop que irá nortear os trabalhos da delegação de 120 executivos presentes no Summit é “Forças Transformadoras – como antecipar, compreender e modelar movimentos capazes de transformar negócios repentinamente?”, com coordenação de conteúdo e Coach da Berlin School of Creative Leadership e curadoria da área de conhecimento do Grupo Padrão. A ideia é mostrar como criar negócios capazes de superar os testes do tempo, mantendo alto nível de qualidade e força inovadora.
A experiência vivida na vinícola da Quinta da Pacheca é uma oportunidade de reflexão para os executivos da delegação do Summit. Quantos não gostariam de estar à frente de organizações com 279 anos de história passando por revoluções, guerras mundiais, toda sorte de evolução tecnológica e mudanças sociais, comportamentais e políticas?
Nassim Taleb, filósofo e ensaísta, provocador autor de best-sellers como “Cisne Negro” e “Antifragilidade”, costuma dizer que só toma bebidas que superam o teste do tempo, principalmente o vinho, com seus milênios de história. O vinho nunca deixou de ser objeto de inovação e descoberta. Encontrar formas de tornar negócios resistentes e maleáveis às forças transformadoras é o grande desafio dos nossos dias. Um bom caminho pode ser examinar o que faz do vinho um exercício de fascinação há tantos séculos.