O número de aposentados que consegue manter o padrão de vida com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é baixíssimo. A maioria das pessoas precisa continuar trabalhando, ou pior, depender da ajuda de terceiros para sobreviver. Com as novas propostas de mudança do sistema previdenciário brasileiro, só fica ainda mais evidente a necessidade de ter educação financeira para viver bem nessa fase da vida.
De acordo com as propostas do governo para essa mudança, a consequência é o retardamento das aposentadorias, ou seja, o trabalhador terá que contribuir com mais tempo de trabalho, seguindo na fórmula 85/95, na qual a soma da idade com o tempo de serviço deve ser de 85 anos para mulheres e 95 para homens.
Embora dessa maneira seja mais difícil parar de trabalhar, ela pode ser interessante, no sentido de que forçará uma mudança de comportamento das pessoas a se educarem financeiramente, se planejarem desde cedo para se aposentar de maneira mais saudável e sustentável financeiramente, como por exemplo, entender a importância de fazer uma previdência complementar.
É claro que o INSS eh de grande valia, afinal de contas, é um direito do trabalhador, que dedicou boa parte da sua vida ao serviço; além disso, para muitos que não conseguem de jeito nenhum ter uma reserva financeira, essa será a única fonte de renda que os manterá após parar de trabalhar. No entanto, há muitas pessoas que são resistentes a mudanças e insistem em dizer que não há como guardar dinheiro para investir em uma previdência privada, quando na verdade há.
Por esse motivo, desenvolvi algumas orientações para se realizar um bom plano de aposentadoria:
? Questione-se sobre qual o padrão de vida você quer ter ao se aposentar. Ter sustentabilidade nessa fase da vida não significa ser rico; o segredo é descobrir quanto se consegue poupar para esse sonho;
? Quanto antes começar, mais dinheiro acumulará com menos esforço. Por exemplo, aos que tem seus 20 anos, guardando R$300,00 por mês, em 30 anos, pode se ter cerca de R$ 1 milhão, o que é uma quantia considerável;
? Tenha, no mínimo, três sonhos: um de curto, um de médio e outro de longo prazo (que deve ser o da aposentadoria), e aplique o dinheiro em investimentos que sejam melhores de acordo com cada um desses objetivos. Lembre-se: nem sempre o mais rentável é o melhor, cada um tem suas particularidades;
? Os investimentos variam com o tempo, as objetivos mudam e novas oportunidades podem surgir, por isso, recomendo ao poupador que, a cada seis meses, em média, reveja suas estratégias e escolhas, para estar em sintonia com seus sonhos, priorizando a realização deles;
? Para uma boa previdência, o valor acumulado deve render o dobro do padrão de vida atualmente. Supondo que tenha um salário de R$ 4 mil e terá uma aposentadoria pública de R$ 2 mil. Se sua aposentadoria complementar lhe pagar apenas R$ 2 mil por mês, um dia o dinheiro vai acabar. Mas, se renderem R$ 4 mil, você saca metade e deixa a outra parte rendendo, assim, ele se recapitaliza e se preserva.
A única certeza da qual temos para tudo na vida é a mudança e isso é ótimo para que cresçamos e evoluamos. Portanto, não há motivos para sermos resistentes a ela e ficarmos buscando responsáveis por não conseguirmos realizar nossos sonhos. Temos que tomar as rédeas de nossa vida e corrermos atrás do prejuízo e, com educação financeira, isso se torna mais simples e eficaz.
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Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Editora DSOP, autor do best seller Terapia Financeira e dos lançamentos Sabedoria Financeira e Papo Empreendedor.
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