Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com os seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander) verificou que o custo da anuidade de cartão de crédito subiu até 188% entre agosto de 2014 e de 2015.
O aumento é mais de dez vezes superior à inflação acumulada no período, medida em 9,56%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Anuidade: reajustes máximos aplicados pelos bancos
O levantamento também observou que cresce o número de opções de cartões oferecidos pelos bancos: só o Itaú tem 141, e o Bradesco, 63.
Juros nas alturas
Além das anuidades, a pesquisa também comparou os reajustes nas taxas de juros dos cartões de crédito dos seis bancos de janeiro ? quando a taxa média praticada pelas instituições bancárias passou a ser informada pelo Banco Central ? a julho deste ano.
Taxa de juros do cartão de crédito
Cartão lidera inadimplência
Segundo dados do Banco Central, em julho, o rotativo do cartão de crédito era a modalidade com pior índice de inadimplência efetiva: 37%. Seguida do cheque especial, 14%, e aquisição de outros bens 9,9%. Ou seja, mais de um terço dos consumidores que caem no rotativo do cartão não conseguem pagar as faturas em dia.
Para a economista do Idec, Ione Amorim, a inadimplência explica-se tanto pelas altas taxas de juros quanto pelo incentivo que os bancos dão ao uso dessa modalidade cara de crédito. ?Nas pesquisas que o Idec está fazendo este ano com esses seis bancos, constatamos que cinco deles enviaram cartão de crédito sem solicitação logo após a abertura de conta. Na segunda fase da pesquisa, três desses bancos recusaram empréstimo pessoal, que tem taxa de juros bem mais baixas, no valor de R$ 300, mas liberaram limites altos de crédito no cartão?, relata a economista.
?Ou seja, há um claro incentivo das instituições financeiras à modalidades mais caras de crédito, sobretudo ao cartão. E o resultado disso é que o consumidor compromete sua renda excessivamente e não consegue pagar suas dívidas?, conclui.
Fonte: Assessoria de Imprensa Idec.