A ideia de um céu iluminado por balões já foi até letra de música, de tão popular que costumava ser. Como essa prática é proibida por Lei desde 1998 (considerada crime ambiental), já não vemos mais tantas luzes no céu como antigamente. No entanto, com a chegada das festas juninas, em homenagem a São João, o risco de incêndio provocado por balões aumenta em até 30%.
“São inúmeros os danos que a queda de um balão pode provocar. De incêndios de grandes proporções em áreas urbanas a queimadas em áreas verdes de difícil combate, o fogo acaba provocando prejuízos incalculáveis às pessoas e também ao meio ambiente, à natureza”, diz o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Vale lembrar que o inverno normalmente é uma época mais seca, o que facilita que as chamas se espalhem. Puorto alerta para o fato de que essas queimadas causam o empobrecimento do solo, reduzem a penetração de água no subsolo e destroem a fauna e a flora nativas, entre outros danos ao meio ambiente. “O desaparecimento de determinadas espécies, animais ou vegetais, pode acabar desencadeando outros problemas, ameaçando seriamente a nossa biodiversidade”, afirma.
Como é proibido, soltar balão pode render pena de até três anos de detenção e pagamento de multa. “No entanto, a lei não inibe a ação dos baloeiros. Por isso, é importante maior rigor no combate à prática, principalmente por meio de denúncias, até mesmo em casos apenas de suspeita”, defende o Biólogo. Ele explica que dá para denunciar anonimamente ao Corpo de Bombeiros, às prefeituras, às secretarias estaduais do Meio Ambiente e também ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Embora esses números não estejam relacionados exatamente à queda de balões, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil teve um aumento de 27,5% no número de queimadas, em 2015. No ano passado, foram detectados por satélites 235 mil pontos de calor, ante 184 mil de 2014. Mato Grosso, um dos estados da jurisdição do CRBio-01, ocupa a terceira posição da lista, ficando atrás do Pará e do Maranhão, com 32.984 focos de incêndio registrados em 2015. Mato Grosso do Sul aparece na 12ª posição, com 5.304 focos de incêndio registrados, e São Paulo na 17ª posição, com 1.984 registros.