Mudanças e melhorias na produção, nos processos, na motivação dos colaboradores, enfim, todas as transformações necessárias para que sua empresa tenha cada vez mais sucesso.
Mas a minha empresa é muito pequena para que eu possa treinar os meus funcionários, não tenho uma Academia Empresarial, com professores de primeira linha e cursos específicos como as grandes e mega empresas.
Será que aquelas Universidades Corporativas, que trabalham desde os temas técnicos com o pessoal da produção, passando pela área administrativa com a equipe dos escritórios e ainda com o glamour de ter um coach particular para os executivos da empresa, são realmente necessárias?
Sim, as pessoas só se desenvolvem com educação e não necessariamente estando numa escola sentados aprendendo com um professor que fala sobre teorias e escreve na lousa palavras bonitas, mas, às vezes, sem sentido. Ou ainda, contando casos de sucesso de empresas que nunca serão únicas e específicas como a sua.
A educação que você, empreendedor, pode oferecer para o seu colaborador é no dia a dia, diretamente com ele. O que chamamos de conhecimento on the job. Você ensina o colaborador a fazer o trabalho e acompanha seu desempenho, não num modelo assistencialista, mas de uma forma que vai corrigindo suas falhas, facilitando, assim, seu desenvolvimento.
Obviamente que não é para transformar o local de trabalho em escola ou deixar alguém no cantinho do castigo. Ou, ainda, ser conivente com atitudes erradas e acabar com a eficiência da sua produção.
O que estes empreendedores que preparam os seus sucessores fazem é treinar uma pessoa ou uma equipe para que possam desenvolver o seu trabalho. Em muitos casos, o grande ensinamento é somente lembrar que a todo tempo você é o role model da empresa, ou seja, é a referência para todos. Que está na vitrine e é copiado ou julgado a cada passo.
Com isso, os funcionários aprendem ou ?desaprendem? com seus líderes empreendedores. É nisso que está a continuidade da empresa ou a sustentabilidade perante o tempo: em bons sucessores bem treinados.
Mas não é só assim que podemos oferecer conhecimento aos nossos funcionários parceiros. Existem muitos cursos gratuitos sobre diversos temas disponíveis na internet.
Por exemplo, se você digita a palavra palestra no Youtube aparecerá inúmeras delas gravadas com famosos e sábios palestrantes sobre todos os temas. Se for algo mais técnico, existem vários passo a passo para se produzir, escrever, realizar processo, mexer na ferramenta, enfim, muitas opções.
No site da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, existem várias opções de cursos gratuitos, inclusive, sobre sustentabilidade para empresas. Já a revista Exame selecionou 20 cursos on-line e gratuitos de universidades brasileiras.
Oferecer um espaço na sua empresa para que os funcionários acessem estes e outros sites seria uma solução barata e muito interessante. Obviamente que deveriam ter total assistência para não ficarem vendo outros sites não tão produtivos assim.
O Sebrae também oferece algumas opções e o no site do Senai SP também podem ser encontrados outros.
Além disso, existe a oportunidade na qual grandes empresas treinam seus fornecedores e capacitam os funcionários de pequenas e médias empresas. Um exemplo disso é a Nestlé, que capacita os pequenos e médios agricultores para o fornecimento de leite e alimentos. Outro exemplo é a Vale que, por meio do seu projeto Inove, capacita fornecedores locais para o desenvolvimento da região.
Ou seja, ferramentas e exemplos nós temos aos montes para quem quer capacitar sua equipe da pequena e média empresa. Agora quem decide se vale a pena ou não é você empreendedor.
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Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor, professor da ESPM, idealizador e presidente do conselho deliberativo da Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade).