No WhatsApp, por trás de tanta inovação, está um ambiente nada corporativo. Essa cultura “low profile”, muitas vezes apontada por especialistas como a chave para o seu sucesso, é baseada na simplicidade das relações e no valor de seus clientes.
Sua sede continua em Mountain View, Califórnia, (mesma localização do Google), só que escondida, sem nenhuma logomarca que possa identificá-lo do lado de fora. A austeridade de suas dependências se choca com as de seus companheiros de Facebook, com suas cafeterias e seus pratos de toda a parte do mundo e inúmeras vending machines.
Mas no WhatsApp, a hora do almoço tem um diferencial. A partir do momento que seu 140 colaboradores acessam seus computadores começam as trocas de emails: “Com quem você vai almoçar hoje?”. É que a empresa estimula a conversação entre diferentes equipes oferecendo almoço grátis para grupos acima de seis pessoas.
Por outro lado, quando se trata de seus clientes a obsessão pela privacidade segue a mesma desde o início. Não guardam nenhuma mensagem de seus usuários em seus servidores. Sabem a quantidade de clientes, de onde são seus números de telefone, porém, ignoram deliberadamente seus conteúdos compartilhados e sua troca de localização.
Outro ponto é que a empresa não vai entrar na onda dos robôs de atendimento e assistentes virtuais. Já que isso chocaria com sua cultura pela privacidade. Se não armazenam dados e não sabem quem os envia ou recebe, tão pouco consideram importante processá-los para dar respostas automáticas. Ou seja: ferramenta de contato, ágil e simples entre seus públicos, e o que você faz com ela é problema seu.
Procuram manter-se fiel ao conceito: sem anúncios, sem jogos, sem publicidades. No entanto há uma concessão (também com lançamento previsto para 2017). Um serviço de compartilhamento de conteúdos que não estará disponível para todos os usuários, mas para clientes corporativos e instituições. O WhatsApp não vê esse serviço como uma fórmula para promover produtos, mas como um canal para melhorar a relação entre alguns grupos e seus clientes. Por exemplo, companhias aéreas e seus passageiros, prefeituras e seus cidadãos, ou produtoras de conteúdo.
Em tom de brincadeira consideram uma “mini ONU”. Se no início quase todos seus empregados eram engenheiros e programadores, agora buscam que seus responsáveis pelo suporte e atendimento em diversos países sejam nativos.
No WhatsApp se trabalha em silêncio. Não há vozes exaltadas. Nem há a sensação de pressa. A partir de seus conceitos e valores analisam cada novidade que o mercado impõe. Se adotam a fazem sem alardes ou publicidade. No fundo seguem acreditando que seus usuários são seus melhores embaixadores, e são mais importantes do que qualquer tecnologia.
Com informações de El País