Num passado não muito distante, muita gente via a relação ‘colaborador x empresa’ como uma mera troca entre trabalho e salário. Hoje, esta visão é bastante diferente. Mais do que um lugar no mundo corporativo, os profissionais encontrados nas empresas, representados em grande parte pela geração Y e pelos chamados millennials, também buscam experiências que agreguem muito além disso.
Este grupo tem procurado valorizar as oportunidades mais humanas, nas quais não são apenas “números”. E, neste contexto, a forma como a jornada de trabalho é conduzida é tão importante quanto os resultados almejados. Isto tem se mostrado um desafio e tanto para o departamento de Recursos Humanos e para os gestores, que, além de terem de se preocupar com as estratégias do negócio, ainda precisam encontrar formas de manter os colaboradores motivados dentro do ambiente organizacional.
A boa notícia é que a solução pode estar mais ao alcance do que se imagina. Empresários de diversas partes do mundo, em especial dos Estados Unidos, têm conseguido alavancar a produtividade e os resultados das suas empresas com o uso do gamification.
Mas, o que seria o gamification? Em poucas palavras, é o uso de mecanismos de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado, motivando ações em ambientes fora do contexto de jogos, como as empresas, por exemplo.
Este método é aplicável a qualquer segmento do mercado. Com criatividade, estudo e planejamento, o método faz com que os colaboradores alcancem (e até superem) metas com facilidade e – acredite – se sintam felizes e orgulhosos por isso.
Por que isto daria certo? Alguns números podem corroborar para tal premissa. Hoje, mais de um bilhão pessoas se consideram jogadores ativos em todo o mundo, sendo que grande parte desse montante são crianças com até dois anos de idade que já jogam por meio de algum dispositivo, como os smartphones ou tablets dos seus pais, por exemplo. E o Brasil não fica fora desta realidade. Cerca de 60 milhões de brasileiros possuem um console na sua residência. Para ter uma ideia do que isso representa, em 2015, nada menos do que 12 mil pessoas se reuniram para assistir a um torneio de videogame realizado em um estádio de futebol na cidade de São Paulo. Ou seja: não há como negar que estamos vivendo a era do videogame.
Por isso, os jogos são recursos estratégicos cada vez mais usados dentro das organizações. Se algum gestor ainda pode não se convencer de que isto é uma boa ideia, cinco motivos podem ajudá-lo a considerar a adoção do gamification na sua empresa:
• Aumenta o engajamento – colaboradores curtem jogos que tragam pontuações, troféus e quadro de liderança, que, por sua vez, resultam em aprendizados divertidos;
• Motivação + meta para atingir – pessoas se mostram mais motivadas quando têm conhecimento das metas que precisam ser atingidas;
• Retenção do conhecimento – por causa do envolvimento e melhor experiência, os colaboradores lembram os conceitos aplicados;
• Colaboração em equipe – promove a colaboração, a comunicação e a troca do conhecimento entre equipes e departamentos;
• Feedbacks valiosos – ajuda a atribuir rápidos e constantes feedbacks na evolução e aprendizado das ações.
Por fim, vale ressaltar que a adoção do gamification também ajuda a empresa a reter seus talentos. Na Mega Sistemas Corporativos, por exemplo, o turnover da área foi de apenas 3,9% desde a criação dos jogos em 2013 e contribuiu, ainda, para deixar o ambiente organizacional mais divertido. É algo que, realmente, vale a pena ser considerado.
* Giuliano Machado é gerente de atendimento e relacionamento com o cliente da Mega Sistemas Corporativos<