Se você quer desenvolver uma inovação realmente disruptiva, seja simples, use a seu favor as restrições do ambiente, garanta a possibilidade de customização e evite distrações. Essa é a receita trazida por Dom Sagolla, um dos criadores do Twitter, em sua palestra na manhã desta quarta-feira (17/09) durante a Convenção Anual da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em Atibaia (SP).
Um exemplo dessa combinação vencedora é o Instagram. “Ele tem uma interface muito simples e intuitiva. É muito restrito, no sentido de que não é possível, por exemplo, mudar o formato das imagens. Ao mesmo tempo, permite customização, por meio dos filtros e da marcação de pessoas. Não à toa, se tornou imensamente relevante para o público”, comenta. Segundo ele, outros aplicativos de imagens têm mais recursos que o Instagram, mas nenhum é mais rápido ou mais simples. “Faça algo da forma mais simples possível e ninguém te vencerá”, recomenda.
Para Sagolla, o Twitter é uma ferramenta poderosa de inovação, justamente por conta de suas restrições. “Essa questão das restrições vale para tudo na vida. Somos muito mais produtivos quando temos um prazo rígido a cumprir”, comenta. No caso do Twitter, a grande restrição é o limite de 140 caracteres.
“Isso força o usuário a ser mais conciso e libera a criatividade. É fácil falar muito e não dizer nada, mas chamar a atenção em apenas uma frase é algo único”. Esse princípio está por trás dos hackathons, maratonas de troca de ideias e desenvolvimento de projetos no setor de software que são responsáveis por diversos dos aplicativos mais importantes dos últimos anos.
Já o princípio do toque pessoal é o que permite que o usuário expresse sua individualidade, um aspecto fundamental nos tempos atuais. “Sem personalização o produto ou serviço cai na mesmice, o que é fatal para os negócios. Assim, quem oferece mais possibilidades de interação dos consumidores com seus sistemas sai em vantagem”, acredita.
O quarto princípio, para Sagolla, está mais escondido, literalmente. Para ele, ter isolamento é essencial para que boas ideias frutifiquem. “É preciso ter um momento de dedicação exclusiva para que o projeto ganhe corpo e a inovação se forme. Sem isso, falamos apenas de potenciais desperdiçados”, completa.
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