O consumo sem dúvida é o motor da economia. O Brasil passa por um processo onde a expectativa de uma retomada deste agente econômico ocorra no médio/longo prazo, e se torne sustentável nos próximos anos. No entanto, quais são os caminhos para se restaurar a confiança na economia brasileira?
Para muitos analistas o momento agora é de cautela e ajustes. Caio Megale, economista do Itaú Unibanco, discorda de discursos onde o modelo liderado pelo consumo no país se esgotou. Para o economista, o Brasil é um país com um mercado muito grande e “passado este momento de ajustes, gradativamente o consumo deverá acelerar”. “Uma fase que será mais clara a parir de 2017”, frisa Megale.
A arrumação da macroeconomia
Segundo Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, o ajuste fiscal é a “mãe de todas as crises”. Por meio dele, possivelmente, haverá a paralisia do desemprego e o ressurgimento da confiança de consumidores, empresas e bancos. “Havendo este ajuste ressurgirá a confiança nesses setores que ajudará a estancar essa crise. Com renegociação de dívidas, volta do consumo e, consequentemente, a diminuição da inadimplência”, avalia Zeina. “A arrumação da macroeconomia é essencial neste momento”, reforça.
Inadimplência requer estratégia
Recuperar clientes e mantê-los ativos é decisivo em momentos de crise. Segundo André Calabró, diretor de gestão de crédito da Recover Brasil, tratar o cliente inadimplente com estratégias claras de comunicação – condizente com os diferentes perfis – é fundamental. “A partir do momento em que entendemos essas diferenças e os melhores canais de contato para abordá-lo, isso compõem a geração de uma boa experiência. Isso contribui para que o cliente inadimplente volte para a cadeia de consumo”, explica Calabró.
Parte da paralisia econômica do país é resultado desses aspectos levantados pelos executivos. Uma boa “leitura” destes processos que compõem o atual momento econômico do país, certamente contribuirá na restauração da confiança na economia. O desempenho assertivo das empresas, a objetividade de líderes e a tranquilidade de consumidores, obviamente, contribuirão para este ajuste, onde a responsabilidade não é de um, mas, de todos os atores envolvidos.