Com o atual cenário econômico do País, onde o foco do governo é avançar na agenda de reformas microeconômicas o Cadastro Positivo foi um dos temas do Recover Money. No painel “Cadastro Positivo: quatro anos depois, o que mudou para empresas e consumidores?”, os painelistas convidados analisaram este importante instrumento de educação financeira e de fomento ao crédito.
Mediado por Hilgo Gonçalves, presidente da Acrefi, o especialista destacou a importância do Cadastro Positivo como “um apoiador do crescimento sustentável para o País”.
“Hoje são 60 milhões de inadimplentes no Brasil. O custo de juros para o Brasil é de mais de 40% deste montante. Com a adesão automática ao Cadastro Positivo haverá certamente uma diminuição deste cenário”, ressalta Gonçalves.
João André Pereira, chefe de gabinete do diretor de regulação do Banco Central do Brasil, disse que o Cadastro Positivo é foco hoje nas estratégias da instituição. “A importância de se entender o comportamento do devedor e aumentar a base de informações do Cadastro Positivo é fundamental para o progresso econômico”, diz Pereira. “O Cadastro Positivo está na nossa agenda BC + para que o Brasil consiga chegar próximos aos resultados de mercados mais desenvolvidos onde este instrumento é aplicado”, diz Pereira.
O representante do Banco Central diz também que a instituição está aberta para conversar como todos os agentes da sociedade para o avanço deste processo. “Debater questões como eliminar a necessidade de autorização e a questão da responsabilidade solidária são pontos que precisam de um debate e estamos abertos para essa troca”, ressaltou Pereira.
Paulo Melo, vice-presidente de relações institucionais e governamentais da Serasa Experian, outro painelista convidado, acrescenta que em países com este sistema implementado a assimetria em bem menor. “Estudos realizados em outros países demonstram que ele pode reduzir a inadimplência em 40%, reduzir em 30% o spread bancário e pode alavancar o PIB em torno de 54%”, exemplifica.
Para Melo, o que vem acontecendo no Brasil é uma dificuldade desta ferramenta ser entendida como uma vantagem. “O benéfico será visível quando houver uma adesão muito grande, onde as informações possibilitam a diminuição da taxa de juros, por exemplo. Hoje temos apenas 6 milhões de adesões para 150 milhões de brasileiros economicamente ativos”, comenta.
Na visão de Felipe Zulino, sócio diretor da Creditas, a diminuição de juros está no DNA da sua empresa e o cadastro positivo tem total sinergia com seu negócio. No papel de investidor do mercado de crédito, ele diz que há muitas oportunidades de crescimento e o cadastro positivo elevaria ainda mais essas chances. “Esse instrumento faz com que haja uma conscientização maior na adoção de crédito. Essa é a característica principal da Credita e estamos dispostos a cooperar para que esse instrumento seja adotado por toda a sociedade”.
Engajamento e Pesquisas
Para Pereira, do Banco Central, a união de sistema financeiro e sociedade são determinantes para o sucesso do CP e da agenda do BC+. “Só com todos os agentes da sociedade alinhados haverá a eficiência deste instrumento”, salienta.
Paulo Melo complementa dizendo que o CP minimiza mal entendimentos e ajudam as instituições financeiras a direcionar seus projetos para crédito. “Esse instrumento ajuda a entender o filme da vida financeira de cada consumidor”, comenta.
Para finalizar, os participantes evidenciaram o compromisso em trabalhar com esse instrumento sendo a base de uma nova educação financeira para a sociedade. “Temos a possibilidade ter um pais economicamente estável nos próximo anos e com o Cadastro Positivo as chances de termos também um mercado de crédito também estável e sustentável ajudará neste desenvolvimento”, conclui Hilgo Gonçalves.