Oferecer orientação veterinária gratuita e educar tutores e cuidadores de animais que vivem em zonas carentes da cidade de São Paulo. Essa é a proposta do Vetmóvel, projeto itinerante de educação e orientação veterinária criado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP em parceria com o Instituto Mapaa – ONG especializada no resgate em situações emergenciais, conscientização dos cuidados aos animais, adoção consciente e terapia assistida.
Além de promover análises, exames, castrações e cirurgias, o projeto também irá fazer ações educativas junto a escolas e moradores dos locais onde visitar, levando conceitos como manipulação de alimentos, bem-estar animal, guarda responsável e controle populacional. As informações são do Jornal da USP.
Além disso, o projeto também irá tomar proveito das visitas de campo para fazer entrevistas, pesquisar as condições nas cmounidades e colher dados para sustentar políticas para o setor, incluindo controle populacional animal, algo que, segundo os profissionais da USP, não existe de maneira formal hoje na cidade.
O primeiro mutirão clínico será no sábado, 10 de dezembro, das 9 às 17 horas, no CEU Feitiço da Vila, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. “Escolhemos começar por essa região, porque é um dos bairros com menor acesso a serviços veterinários. Mais de 50% da população no bairro nunca utilizou nenhum tipo desses serviços”, conta Paula Papa, professora da Faculdade de Veterinária da USP e uma das idealizadoras do projeto.
Como funciona
O Vetmóvel foi adaptado a partir de um ônibus VW Apache 2005 para se tornar uma clínica veterinária. Com aproximadamente 20 metros quadrados, ele foi dividido em ambulatório, sala de higienização, sala cirúrgica, sala pós-cirúrgica e sala de degermação, onde serão esterilizados os equipamentos e materiais cirúrgicos.
Uma equipe é enviada a uma escola, geralmente, um Centro de Educação Unificado (CEU), para fazer um trabalho inicial de identificação do perfil do ambiente em que aqueles alunos estão inseridos, descobrindo, por exemplo, o que eles entendem da relação entre seres humanos e animais, se sabem quais doenças os animais podem transmitir ou se existem muitos bichos na rua.
A partir das respostas, a equipe monta uma estratégia educativa direcionada àquela comunidade, especialmente às crianças do ensino fundamental, que inclui palestras, manuais impressos, peças teatrais e outras atividades. Durante as visitas, os estudantes são convidados a chamar seus pais e vizinhos para se inscrever no mutirão clínico, no qual são realizados exames, castrações e outros procedimentos, todos gratuitos.
O projeto envolve também a realização de pesquisas para diagnóstico dos problemas das comunidades da cidade que envolvam ações da medicina veterinária, tendo como um de seus principais focos o desenvolvimento de indicadores que permitirão, pela primeira vez, analisar os efeitos das campanhas educativas, clínicas e de castração a longo prazo. Passo fundamental para o desenvolvimento de ações e políticas que visem a reverter a árdua realidade dos animais abandonados nas ruas por todo o País.
“Hoje, em São Paulo, apena
s o trabalho de castração não é suficiente, então, além da educação, vamos construir indicadores que serão utilizados, posteriormente, para que possamos medir os efeitos da atuação do Vetmóvel”, conta Paula. “Trata-se de um conhecimento importantíssimo para a prevenção do aumento da população animal, e que não existe ainda no Brasil. Vamos melhorar a qualidade de vida das pessoas, dos animais e do ambiente onde vivem.”
Veja fotos do “Vetmóvel”:
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