Quem busca inspiração sobre design, criação e valor de marca, ou apenas bom entretenimento, não pode deixar de assistir o filme “AIR: A História Por Trás Do Logo” (Amazon Prime Video).
O longa narra um capítulo da história da Nike com seu maior case de sucesso, o atleta Michael Jordan, um dos maiores nomes do esporte de todos os tempos. O filme tem direção de Ben Affleck, que interpreta Phil Knight, cofundador e ex-CEO da Nike.
Na trama um dos chefes da marca esportiva, Sonny Vaccaro (interpretado por Matt Damon), busca desesperadamente contratar o novato, porém talentoso, jogador de basquete Michael Jordan na tentativa de dar um impulso para a divisão de produtos de basquete da Nike.
Mais do que um filme bem amarrado e com bom elenco, Air nos proporciona momentos de reflexão sobre ousadia, criação, valor de marca e a importância do design e da personalização como atributos que desafiam empresas que ambicionam sucesso comercial.
Sem cometer muitos spoilers, abaixo você confere três pontos (sim, é proposital) de como “AIR: A História Por Trás Do Logo” pode ser uma inspiração para CX.
Personalizar é desafiar regras
Nos anos 80 a NBA determinava que todo par de tênis usado pelos jogadores da liga deveria ser majoritariamente branco. Durante um jogo da pré-temporada de 1984-1985, Michael Jordan usou em quadra o modelo Air Ship (preto e vermelho, antes mesmo do Air Jordan 1 estar pronto) e desafiou as regras de uniformidade da liga.
O modelo foi banido pela NBA gerando calorosas multas para a Nike (um capítulo muito bem retrato no filme), mas a Nike não perdeu tempo e criou o comercial “Banned” (banido em português), o que colocou o Air Jordan ainda mais em evidência. Depois disso todos queriam um par do tênis que quebrou as regras da NBA.
Enxergar valor onde ninguém consegue ver
A criação entre a Nike e Jordan começa em uma época que precede a febre de tênis para jogadores de basquete. Precede também toda a onda de personalização e de modelos assinados que tomou conta das prateleiras nos anos seguintes.
O momento do filme no qual o Sonny Vaccaro (Matt Damon), um dos executivos da Nike, está assistindo a uma partida gravada do estreante Michael Jordan e tem o insight para convencer Phil Knight (Ben Affleck) a apostar todas as fichas em Jordan é o que muitos líderes buscam no mundo dos negócios.
Jordan estava em quadra, relaxado, sem marcação pesada – é claro era um novato – e sua equipe precisava da vitória. Com tantos nomes consagrados e com mais experiência no time de Jordan, para quem é que chega a bola nos segundos finais para decidir a partida? Para ele, Jordan. O rookie arremessa com precisão e converte.
Analisando várias vezes essa jogada Vacarro se convence de que aquele garoto era especial e que por isso havia sido escolhido pelo seu técnico para definir o jogo. Vacarro, um homem de negócios, via aquilo que só um técnico de basquete via e mais ninguém conseguia: talento em estado bruto, pronto para ganhar o mundo. E ele ganhou.
Criar experiências é alimentar a longevidade da marca
A criação por trás da linha Air Jordan é um exemplo claro de como uma marca pode ser tonar longeva. A partir do sucesso do tênis, a Nike explorou não só suas cores e características únicas, muito além disso, ela construiu um ecossistema de produtos e experiência em cima da marca Air Jordan, sendo uma das linhas mais vendidas da companhia até hoje.
A célebre frase que Navarro traz em seu inspirado discurso de convencimento (um dos pontos altos do filme) para Jordan assinar com a Nike, “um tênis é só mais um tênis até que alguém passe a usá-lo” – e que mais tarde foi sabiamente utilizada pela mãe de Jordan, Deloris Jordan (interpretada por Viola Davis) durante a negociação do contrato com o próprio Vacarro -, essa frase poderia muito bem ser interpretada em Customer Experience como: uma marca é só uma marca até que alguém crie uma incrível experiência com ela.
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