Tem muito brasileiro que adora entregar a declaração de imposto de renda (pessoa física ou jurídica) no último dia, quase aos 45 minutos do segundo tempo. Se esse é o seu caso, considere um “detalhe” na hora de preencher o formulário para o órgão público: a ostentação nas redes sociais.
Este ano, o Leão treinou cerca de 100 analistas para cruzarem as declarações dos contribuintes com as respectivas fotos e vídeos (e até comentários) publicadas nas redes sociais. A técnica é nova no Brasil, mas já foi empregada com sucesso em outros países.
O assunto já chama a atenção de especialistas. Segundo o professor de Ciências Contábeis da Faculdade Mackenzie Rio, Hélio Azevedo, quem apresentar na internet bens incompatíveis, poderá cair na malha fina.
“A investigação nas redes sociais é um procedimento novo da Receita Federal, porém válido. Com isso, o órgão está expandindo a base de investigação utilizada, tornando a fiscalização mais eficaz. Se o contribuinte estiver exibindo na internet algo que não é compatível com o patrimônio declarado, poderá ter que prestar explicações ao Fisco”, explica o professor.
Segundo ele, por outro lado, caso seja notificado, o contribuinte poderá fazer o questionamento na Justiça. “A legislação permite que faça o questionamento na Justiça”, afirma.