As tecnologias vêm mudando o mundo que conhecemos. Isso já não é novidade. Claro, há muito de observar a vontade dos consumidores, também. E eles querem cada vez mais personalização e serviços ondemand, ou seja, na hora e lugar que querem. Por isso, o smartphone e seus apps caíram tão bem. Um app que faz enorme sucesso é o Spotify, que organiza as músicas em playlists e permite que os usuários as ouçam onde e quando quiserem.
Aliás, foi justamente sobre esse onde e quando que Victor Sorriso, diretor de contas do Spotify Brasil, falou em sua palestra “A música não pode parar: Spotify e a magia das playlists”, no Conarec 2016. Ao contar a história da ferramenta, ele lembrou um pouco sobre a história do consumo da música, em si. E revelou como o streaming musical pode ser um sucesso para vários negócios: o do app e o de quem aposta em anunciar nele.
O Spotify foi criado para que os consumidores conseguissem o que queriam: música de graça. Isso já era visível com o sucesso do Napster e de outras ferramentas de download gratuito. Mas era preciso que isso não prejudicasse os músicos, que recebem pelo seu produto. Assim, segundo Sorriso, é a ferramenta mais democrática no segmento.
Como conta o diretor, a primeira ferramenta que permitiu levar a música para onde as pessoas quisessem foi a fita K7. O CD barateou o acesso ao público para bandas independentes. O MP3 revolucionou a indústria fonográfica.
O streaming, no entanto, muda algo que tem tudo a ver com a geração conectada: o modelo de negócio muda da propriedade para o acesso. Do álbum, para o momento, da faixa para a playlist. “Antes as pessoas compravam um álbum. Depois, baixavam uma música. Agora, eu procuro a música determinada para o meu momento, se eu vou estudar, trabalhar, sair com a namorada. As pessoas não consomem mais gêneros musicais. Elas consomem momentos”, revela Victor Sorriso.
Personalização
Seguindo a tendência do que os consumidores querem, o Spotify investiu na personalização. “Quanto mais a pessoa escuta e salva músicas, mais conseguimos entender suas preferências. Assim, a partir de um cruzamento com as músicas dos amigos com gostos parecidos, conseguimos oferecer uma lista com 30 músicas que a pessoa nunca ouviu toda segunda-feira. É o Descover Weekly, nossa aposta mais recente”, conta o diretor.
Em menos de seis meses, 30 milhões de ouvintes já usaram o Descover Weekly. Foi a maneira que o Spotify encontrou para tornar a segunda-feira agradável. Ser relevante é o objetivo do app, estar em todos os lugares, ondemand e personalizado.
Marketing
“Para nós, a experiência do consumidor é prioridade, seja no modo que ele escuta música ou até mesmo como entregar publicidade. Sempre vou tentar transformar o fato de ele escutar música em algo prazeroso para que ele passe mais tempo escutando mais músicas”, afirma. Ou seja: até a publicidade é dentro do contexto. Pela análise dos dados, dá para identificar o público certo dos anúncios.
Alguns números da ferramenta: ao todo, são 100 milhões de usuários, 30 milhões de assinantes, 30 milhões de músicas, 2,5 bilhões de playlists, 40% delas criadas com nomes de momentos. No Brasil, já existe há 2,5 anos e a faixa etária de usuários de 15 a 24 anos é de 70%. Hoje são 10 milhões de usuários ativos, principalmente até 34 anos. O principal número: cada pessoa passa, em média, 141 minutos diários usando o Spotify.
“Tudo isso representa uma oportunidade imensa para anunciantes. Nós fomos onde o consumidor está. Fizemos parcerias com a Ford e a BMW para o consumidor ouvir no computador de bordo do carro. Parceria a Playstation, dá para escutar música e escolher trilha sonora para jogo. Na rua, dá para ouvir pelo app da Nike, que integra com Spotify. Nos EUA, há promoção em parceria com o Starbucks”, conta. A ferramenta permite ainda cases personalizados em parceria com as marcas. Assim, dá para realmente ir aonde o consumidor está.