O superintendente de marketing do Banco do Brasil (BB) Mapfre, Paulo Rossi, saiu há dois anos de uma rede de revistarias com sede em Alphaville, na Grande São Paulo, para desembarcar no setor financeiro. Um desafio e tanto para um profissional que militou nas fileiras do varejo e se acostumou com expressões como ?sangrar uma empresa? (usar o caixa da empresa), entre outras bem peculiares a esse setor da economia. O desafio? Desenvolver uma maneira de aumentar as vendas dos seguros como um todo, mas especialmente os residenciais e de vida.
Rossi e outros altos executivos também mobilizados para a novíssima empreitada (alguns deles igualmente originários do varejo) logo viram o tamanho do desafio: segundo números de uma pesquisa do Datafolha, 96% das casas brasileiras não são seguradas, 90% das pessoas não possuem um seguro de vida e 61% não possuem seguro de carro.
A estratégia foi redesenhar a estratégia (o design thinking que tanto defendemos no website e na revista Consumidor Moderno) para o público. Depois, foi preciso parar de pensar exclusivamente como um prestador de serviço financeiro e seus habituais papéis, contratos, cláusulas e qualquer outra formalidade. O novo paradigma era tornar o seguro em algo palpável, popular e disponível em qualquer lugar. Até mesmo uma atraente embalagem seria bem-vinda. Isso era algo impensável e até risível… até o último dia 14.
Até agora, quem parece rir por último é a BB Mapfre. A empresa exibiu para o mundo uma inovadora abordagem de venda de seguro, transformando o seguro outrora intangível em um algo tão tangível quanto um tomate vendido no supermercado. Como? Após dois anos, mil horas dedicadas ao assunto e quase R$ 10 milhões investidos no novo formato, a empresa lançou o projeto ?Família Sempre Protegida? (ou Millenium) e que contempla a venda de um seguro da BB Mapfre no formato ?gift card? e que estará disponível nos pontos varejistas a partir de janeiro.
A ideia é que ao ir a uma banca de jornal ou mercado, além de revista ou comida, o consumidor tenha a opção de comprar também um seguro, que ficará exposto em uma estante semelhante àquelas usadas para expor CDs ou DVDs. E não é só. A empresa anunciou ainda que vai utilizar as chamadas vending machines, que, em linhas gerais, são aquelas engenhocas que normalmente expelem refrigerantes ou livros e que podem ser encontradas em estações de Metrô, rodoviárias e até nas ruas.
As vendas no varejo, como já dito, só devem começar em janeiro do próximo ano e terá um leque de produtos que inclui seguros de vida, carro, vida, celular, viagem e até animais. A exceção é o seguro residencial, que desde último 14 começou a ser oferecido ao grande público e poderá ser adquirido em um dos pontos de venda da BB Mapfre ao preço de R$ 60, R$ 75 e R$ 85. Todos incluem coberturas contra incêndio, raio, aeronave e explosão, além de acesso a serviços como o clube Mapfre e os serviços.
Além disso, a Mapfre também quer aproveitar esse último trimestre para ouvir e colher impressões dos varejistas de uma forma geral sobre o produto e sua inovadora estratégia de venda. E, claro, verificar as vendas do seguro residencial. Se você se interessou, basta ir ao edifício Mapfre, localizado na Avenida das Nações Unidas, 11.711. E comprar. E ver a facilidade em contratar o serviço.
Caso o varejista sinta-se inclinado a checar a novidade, é bem provável que testemunhe algumas histórias verificadas ontem durante o evento da BB Mapfre. Logo após o anúncio da nova abordagem de venda de seguros, os convidados se organizaram em pequenas filas para comprar (e se divertir, porque não) com a compra do seguro residencial na vending machine. Até mesmo a imprensa como um todo, normalmente cética com novidades, sorriu ao primeiro contato do produto. ?A ideia que queremos embutir nas pessoas é: ao ir ao mercado, ela vai comprar ketchup, mostarda e seguro. Será um bem igual aos outros. Mais do que isso, queremos que o seguro seja realmente um presente para as pessoas. Pode ser para o natal ou aniversário?, disse o presidente da BB Mapfre Seguros, Marcos Ferreira.