THE ‘PETIT’ CONTENT
- Por Consumidor Moderno
- 4 min leitura
conteúdo parece ter-se tornado o cerne das relações cibernéticas. Com uma chuva de postagens e conteúdos diários, fica a pergunta: o que realmente é relevante? Para um assunto tão importante, nada melhor do que uma pioneira da internet: Julia Petit. Seu site de entretenimento e beleza, o Petiscos, foi referência sobre como produzir novos formatos, e o primeiro brasileiro a sinalizar publicações pagas. Julia construiu sua marca pessoal e respeito na indústria como ninguém, chamou a atenção da gigante MAC Cosmetics e, hoje, após um ano sabático e o fim do Petiscos, assume a direção criativa da Sallve, marca que em menos de um ano já abocanha fatias do mercado de nomes como Natura e Avon. A empresa começa com outro pioneirismo: o consumidor como ponto de partida para a criação de novos produtos, colaborações abertas e muito, mas muito conteúdo. O que podemos aprender com uma mente que produziu tantas iniciativas de sucesso em um universo tão mutável? Confira nossa conversa exclusiva.
CONSUMIDOR MODERNO – Como surgiu esse espírito de renovação desde o começo? De família, você já vem de agências de publicidade e depois foi para o conteúdo on-line e agora tem uma marca de cosméticos de muito sucesso…
Julia Petit – Para mim, todos esses mundos estão conectados. Trabalhei em agência até o ano 2000. Após isso, quis atuar no mercado de outras formas e aí tive dois estúdios de produção musical até 2013, nos quais fazíamos jingles, spots e tudo o mais. Ali, entre a abertura do segundo estúdio, fui convidada para uma coluna na Revista Contigo, na qual comecei a escrever. Quando isso passou, me perguntei onde poderia continuar a produzir aquele mesmo conteúdo e foi quando pensei em abrir o Petiscos. Isso em uma época em que os blogs eram pessoais, não tinham essa pegada de falar de lifestyle, cultura pop, marcas e tudo o mais. Ali, percebi que as pessoas queriam muito esse tipo de conteúdo. Em seis meses, éramos um dos maiores blogs e começamos a pensar em um espaço específico para anunciantes.
CM – E como foi o processo de trazer um formato de publicidade que ainda não era tão comum na internet?
JP – Tentamos pensar em novas formas de fazer publicidade. Aí nasceu o publieditorial na internet. Fomos o primeiro site a marcar como “publi”, e isso surgiu da necessidade de o público entender se aquilo era publicidade ou não. Pensamos em um formato orgânico, diferente, e deu muito certo.
A Sallve, marca de Petit, é citada pelos principais pesquisadores de tendências e futurólogos brasileiros como um exemplo da tendência de collab: uma união com os consumidores para desenvolver soluções com base em suas necessidades.
Em menos de um ano, a marca alcançou números gigantes nas redes sociais e já lançou diversos best-sellers esgotados durante o lançamento.
CM – Você sempre falou muito sobre a importância de conteúdo relevante. Como isso pesou na sua carreira?
JP – Chegou uma hora em que estávamos sem assunto no Petiscos. Eu tinha muitas preocupações: há muito conteúdo à disposição das pessoas. Precisamos de mais? Depois, as pessoas vivem sendo impactadas por publicidade. Qual é o resultado disso? Foi ali que parei para pensar: como vou entregar conteúdo para as pessoas daqui pra frente? Sem cobrar delas? De forma relevante? Como dou esses passos para trás em algo tão adiantado? Foi quando tirei um ano sabático e investi na minha vontade de montar uma marca de cosméticos.
CM – E como a Sallve se difere nesse sentido? A marca começou com uma collab aberta com os consumidores. Como isso se deu?
JP – Eu acho que, de novo, há uma coisa de sincronicidade. As pessoas agora possuem uma grande vontade de participar do que consomem. Isso é exatamente o que já fazíamos no portal: conversas abertas e constantes. Precisávamos ser úteis para as pessoas, entender as suas necessidades. É muito melhor criar junto. No fim, o produto não é nosso, é de todo o mundo. E continuamos a produzir conteúdo, somos uma marca de conversas sobre beleza e tudo o que sai de nós é com base na troca com nossos clientes.
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