Com o mundo de pernas para o ar em função da COVID-19, mais do que nunca é preciso se reinventar. Negócios e pessoas. Buscar novos mercados, novos produtos e serviços, novas formas de fazer as coisas, novas fontes de receita. Muitos negócios — e profissões — estão acabando. Outros foram turbinados pelo vírus. Nunca tantos projetos, estacionados nas gavetas, saíram de lá em tão pouco tempo!
Austin Kleon, escritor americano que já havia escrito o best-seller do New York Times, Roube como um Artista, lançou um novo livro: Mostre seu trabalho (Editora Rocco). Selecionei alguns trechos próprios para o momento em que estamos vivendo. A mudança do mundo é tão rápida que transforma todos em amadores. O monge Zen Shunryu Suzuki afirma: “Na mente do novato, existem muitas possibilidades. Na mente dos experientes, poucas”. Como o amador tem pouco a perder, está disposto a tentar e divulgar os resultados.
Os amadores aproveitam as chances, experimentam, seguem seus impulsos. Às vezes, durante o processo de fazer coisas de maneira não profissional, descobrem o novo. Amadores não têm medo do erro, nem de parecer ridículos em público. São apaixonados. Não hesitam em fazer trabalhos que outros achariam simplórios. Amadores sabem que contribuir com algo é melhor do que não contribuir. Amadores são pessoas normais que gastam boa parte do tempo pensando alto sobre o que chama sua atenção. Às vezes, têm mais para ensinar do que especialistas.
Um colega pode ajudar mais do que o professor porque sabe menos. Mesmo para profissionais, a melhor maneira de ver o trabalho florescer é manter o espírito amador e abraçar o incerto, o desconhecido. Os amadores usam todas as ferramentas disponíveis para colocar suas ideias no mundo. Além de experimentar muito, precisam mostrar o que estão fazendo.
Você precisa ser “encontrável”, partilhar suas ideias e conhecimentos para conquistar um público que possa apoiá-lo, dar opiniões ou patrocinar. Imagine fazer de um projeto paralelo ou um hobby sua profissão. Você não precisa ser um gênio. Grandes ideias são frequentemente geradas por um grupo de indivíduos criativos, que formam um “ecossistema de talentos”. Na história, muitas das pessoas consideradas gênios solitários eram na verdade parte de uma cena na qual havia apoio, troca, exibição de trabalhos, cópias, roubo de ideias e contribuições também.
Um bom trabalho não é criado em um vácuo e a criatividade é sempre uma colaboração, resultado de uma mente conectada a outras mentes. Divida o que ama e atrairá as pessoas certas. Esteja à procura de espaços vazios que você consiga preencher com o próprio esforço. Seja tão bom que não vão te ignorar. Você não precisa achar o público para seu trabalho, ele vai achar você.
A melhor maneira de começar é pensar no que gostaria de aprender. E eu acrescento: precisamos ser constantes aprendizes, para não nos tornarmos obsoletos. Estamos cheios demais de verdades. É sempre hora de nos reinventarmos. E, quem sabe, reinventar o mundo.
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