Nunca precisamos rever tantas vezes a mensagem da capa de uma edição. Até para jornalistas, acostumados a mudanças bruscas e constantes, o ritmo alucinante dos acontecimentos dos últimos meses surpreende. Em questão de dias, a realidade que conhecíamos virou de cabeça para baixo e sofreu novas reviravoltas por diversas vezes. Abalados emocional e economicamente, estamos reaprendendo a viver, sem saber exatamente quais lições devem ser absorvidas e quando estaremos aptos a “passar de ano”. Isso reflete diretamente as nossas escolhas, o comportamento e a relação com as empresas.
Para onde vamos e o que queremos? Nesta edição, refizemos a trajetória dos consumidores brasileiros, dos primeiros momentos de susto até o estabelecimento de novas realidades, ainda que elas possam durar por apenas algumas semanas. Nossa matéria de capa traça um mapa completo desses movimentos e dos muitos caminhos que se avizinham. O confronto dos velhos com os novos hábitos. O estabelecimento do consumidor e‑tudo, o vendedor digitalizado, o reforço de valores esquecidos, o altruísmo e o que pode ser o “dia seguinte” da pandemia.
Investigamos quais mudanças afetaram mais a atividade econômica e, cada um em seu ritmo, como se adaptaram o varejo, a indústria, os setores de saúde e de telecomunicações, os bancos, os meios de pagamento, os seguros, os novos negócios e o relacionamento com o cliente.
Na busca para entender, se aproximar e atender da melhor maneira possível a nova realidade de consumo, algumas ferramentas tecnológicas de comunicação a distância, que ainda não estavam em pleno uso de sua capacidade por muitas empresas, acabam ganhando atenção. É a Chance de Ouro dos Chatbots, vistos como a porta de entrada para uma transformação digital efetiva. A interação por meio desse tipo de canal se multiplicou desde o início da pandemia da COVID-19.
E, se as relações dos consumidores com as empresas podem mudar para sempre, as relações de trabalho não ficarão impunes. O home office veio para ficar e a casa virou escritório. As consequências dessa tendência são profundas e interferem tanto no mercado imobiliário quanto na oferta de produtos gourmet. Os projetos dos condomínios hoje já contemplam as novas necessidades, a mobilidade urbana e o setor automotivo absorvem seus impactos, os cuidados com a segurança da informação são redobrados, os modelos de gestão e produtividade dos colaboradores são revistos pelas empresas.
Mais tempo em casa alterou também drasticamente a demanda das lojas de material de construção. Na Entrevista com o CEO, Juliano Ohta, que comanda as bandeiras Telhanorte e Tumelero, fala do salto na procura por produtos de reparo e manutenção residencial, dos novos canais de venda, da agilidade e da inovação na gestão. Tudo para atender com eficiência às demandas da sociedade em plena metamorfose.
O consumidor no centro das atenções das empresas. E a melhora da sua performance individual no centro das atenções do consumidor. Sem esquecer dos arcos temáticos que cercam o comportamento das pessoas na atualidade, mapeados no Projeto Identidades, que a Consumidor Moderno aborda ao longo de todo este ano, desvendamos a Auto-otimização, a busca incessante pela melhor versão de nós mesmos. O movimento vem ganhando adeptos, que investem recursos que vão da tecnologia à alimentação especial, para garantir a felicidade, o bem-estar e o aperfeiçoamento de seu desempenho.
Por fim, não poderíamos deixar de falar de um tipo de consumo que está em nossa essência e é mais uma forte tendência impulsionada pela quarentena: o consumo de conteúdo digital. A Personalidade desta edição é a empresária Julia Petit, pioneira do conteúdo em multiformatos e camaleoa por natureza. Ela mostra, em sua trajetória, o que é viver em plena transformação e como se beneficiar disso.
A velha máxima nunca foi tão atual: na vida, a única constante é a mudança.
Estela Cangerana
Editora-chefe
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