A revolução do mercado com o padrão de consumo da nova geração
- Por Iza Dezon
- 3 min leitura
Os padrões de comportamento de jovens que nasceram expostos às interfaces digitais são parte do meu objeto de estudo há quase dez anos – assunto que também abordei em matérias para a CM. Por crescerem acompanhados dos avanços tecnológicos, eles foram batizados de “Nativos Digitais”. Muitos, desde cedo, foram confrontados com questões ambientais e, por isso, costumavam ser nomeados “Nativos Ecológicos” e, mais recentemente, Geração Zero, visto que a conscientização é parte de suas rotinas. Crises e debates ambientais impactam diretamente seus futuros. Eles se importam e se responsabilizam pelo tema com afinco, cobrando respostas e esforços para alcançarmos o zero: lixo, impacto e enrolação de autoridades.
Termos já discutidos como verdadeiro materialismo, hiperecologia e manifesto lixo zero ganham mais alcance. É inspirador ver quantas iniciativas emergem com o intuito de reinventar sistemas e processos. Muitas nascem dos jovens ambientalmente preocupados, visto que agem com pragmatismo e exigem que marcas e empresas façam o mesmo em seus modelos de negócio. Eliminar o descarte, repensar os métodos, exterminar a obsolescência programada e investir no ecodesign – da produção à distribuição – são algumas das cobranças.
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Pesquisas realizadas em 2020 analisaram mudanças de hábitos, valores e perspectivas dos jovens. A consultoria Morning Consult constatou que 85% deles acreditam que o futuro será determinado a partir de suas escolhas; o Business Wire9, publicado pela First Insight, pontuou que a Geração Z está disposta a pagar um valor maior por produtos sustentáveis; já a YouGov mediu o interesse dos jovens pela política. O resultado: 75% dos Nativos estão mais preocupados em consumir marcas que exaltem propósito em vez de debates políticos. Esta geração disruptiva entende que seus gastos somam vontade de consumo com desejo por mudanças.
O crescimento de ações que denunciam práticas destrutivas é notável. Além de marcas, ONGs e instituições, a Geração Zero participa de (e cria) iniciativas inovadoras para ampliar soluções, (re)modelando não só os padrões de consumo, mas, também, a conscientização ambiental e humanitária. A sueca Greta Thunberg é uma das principais ativistas ambientais desta turma. Somam-se a ela as brasileiras Artemisa Xakriabá, que atua contra a devastação da floresta amazônica, e Catarina Lorenzo, reconhecida internacionalmente por denunciar quatro países, além do Brasil, no Comitê da ONU sobre os Direitos das Crianças devido à poluição.
Só a verdadeira curiosidade, aliada à criatividade e à coragem, fomentará mudanças promissoras. Em vez de autoridades ou organizações, são os jovens que se posicionam com grandes promessas de esperança para o amanhã.
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