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O mito da emissão zero dos veículos elétricos
- Por Paulo Roberto Cardamone
- 3 min leitura
OS CONSUMIDORES BRASILEIROS têm sido bombardeados pela mídia especializada com notícias sobre o futuro do carro elétrico no País, quando, na verdade, deveriam ser abordados com conteúdo de maior profundidade sobre como verdadeiramente a eletrificação dos veículos se encaixa no futuro da mobilidade sustentável no Brasil.
Muitas dessas notícias são repetecos de notícias veiculadas nos mercados desenvolvidos, principalmente da Europa, onde a corrida pela “baterização” dos veículos tem muito mais a ver com decisões de cunho econômico do que com reais preocupações dos legisladores com mudanças climáticas.
Influenciados nos últimos anos pela corrida da China por um espaço de maior proeminência no mercado automotivo global, legisladores europeus, principalmente alemães, abdicaram do seu dever de regular o mercado com independência e claramente colocaram a carroça na frente dos burros.
Os países do bloco passaram a estabelecer limites de emissões impossíveis de serem atingidos por veículos a combustão, inclusive aqueles consumindo combustíveis de fontes renováveis como é o caso do etanol no Brasil. Montados numa matriz energética caótica, preponderantemente a carvão, passaram a comprar escala e novos consumidores com incentivos que só países de alta renda conseguem.
O consumidor que lê este artigo deve estar se perguntando: e o que eu tenho a ver com isso? Quando compro um carro nos dias de hoje, avalio o design, o nível de conectividade, a segurança e o link com meu perfil.
Tem muito a ver, pois, apesar da certeza de que o futuro da motorização dos veículos será elétrico, a falácia de que os carros elétricos emitem “zero CO2” com custo de operação eternamente baixo deve ser combatida com seriedade. Trata-se de fake news.
Num mundo onde a corrida pela redução dos gases de efeito estufa merece toda prioridade, a disseminação de informações claras sobre o todo precisa possibilitar ao consumidor escolhas adequadas pois, no fim do dia, ele também é responsável pela garantia de futuro sustentável para as próximas gerações.
A adequação de um veículo ao meio ambiente depende da matriz energética que o movimenta, ou seja, depende de como é gerada a energia que o alimenta.
O que faz um veículo mais ou menos adequado a um específico mercado é sua adequação tanto à capacidade de investimento dos consumidores quanto aos requisitos ambientais que devem se equilibrar aos benefícios sociais e econômicos.
Para os países de baixa renda, como o nosso, avançar para alternativas tecnológicas que somente a elite pode consumir vai inviabilizar a indústria local, impactando adversamente a sociedade.
O espectro de soluções para a mobilidade sustentável do futuro é amplo e é responsabilidade da mídia informá-lo com independência e não como propaganda.
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