HaaS: O futuro do consumo da tecnologia
- Por Julia Fregonese
- 5 min leitura
É urgente repensar o modo como as empresas consomem tecnologia. Com consumidores cada vez mais frugais, que valorizam mais o acesso a produtos e serviços do que a posse e se voltam para questões relacionadas ao meio ambiente com maior veemência, a manutenção do modelo atual de consumo torna-se insustentável. Prova disso é que apenas 3% do lixo eletrônico da América Latina é descartado corretamente.
O relatório Monitor Regional de E-Waste, da Organização das Nações Unidas, alerta ainda para o fato de que, além da poluição e do risco de contaminação dos solos e das águas provocados pelos 97% do lixo eletrônico restantes, esses equipamentos possuem metais que poderiam ser recuperados e reaproveitados, gerando valor próximo a US$ 1,7 bilhão por ano.
Assim como muitos negócios voltados para o consumidor final se popularizaram com o modelo product as a service – caso do Airbnb, que facilitou o acesso a hospedagens ao redor do mundo e provou que possuir uma casa na praia talvez não fizesse mais sentido; ou da Uber, que mudou o pensamento de muitos consumidores sobre a mobilidade –, há um espaço enorme para a indústria de tecnologia.
“O modelo Hardware as a Service (Haas) tem como característica o uso ou o acesso a produtos e soluções por meio da locação em substituição à posse. A opção ‘assinar versus possuir’ é uma tendência global de crescimento exponencial, e a vantagem competitiva trazida pela redução significativa de custos é o atrativo inicial para empresas de todos os portes, por eliminar as despesas com bens imobilizados”, explica Luadir Costa, diretor de Seminovos da Voke.
A empresa que oferece locação de equipamentos de tecnologia e comercializa seminovos tem sido testemunha do potencial do modelo HaaS. Em 2022, a Voke registrou faturamento de mais de R$ 422 milhões, crescimento de 292% no comparativo com o ano anterior. A projeção de faturamento para este ano está na casa dos R$ 600 milhões.
O mercado global segue a mesma direção. Segundo relatório da Research and Markets de 2022, o setor HaaS poderá alcançar o total de US$ 116,01 bilhões até 2027. Somente no continente americano, a expectativa é que o mercado alcance US$ 45.571 milhões. Em comparação, a estimativa para a região em 2021 foi em mais de US$ 24.668 milhões.
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Uma mudança que faz sentido
As vantagens para as empresas que adotam o modelo HaaS justificam o crescimento do mercado. “Além da redução significativa dos custos, ao alugar os equipamentos de tecnologia, as empresas têm acesso à utilização constante conforme a necessidade do negócio e passam a delegar a responsabilidade da gestão de ativos e a manutenção a uma empresa especializada. Assim, as equipes internas de TI ficam liberadas para se dedicar a temas mais complexos, como o uso de Inteligência Artificial nos processos”, destaca Luadir Costa.
Quando se trata da compra de equipamentos seminovos, a principal característica é facilitar o acesso de pequenas empresas, profissionais autônomos e estudantes à tecnologia. “O preço em relação aos equipamentos novos é, em média, 50% menor. São notebooks, inclusive gamers, PCs, smartphones, tablets, monitores e acessórios que já cumpriram o ciclo de locação e seguem em excelente estado, com garantia de 12 meses (pessoa jurídica) e serviço de suporte ao cliente. Quando sai da nossa loja, esse equipamento deve ter, ainda, uma vida útil de pelo menos quatro anos”, explica o diretor de Seminovos da Voke.
As soluções contribuem para prolongar a vida útil dos eletrônicos, incentivando um consumo mais consciente e inteligente da tecnologia. No fim, a intenção é exatamente essa: fomentar a economia circular, contribuindo para a redução dos resíduos e para a promoção de uma mentalidade mais conectada ao mundo atual.
Hardware as a Service (HaaS)
HaaS: modelo de negócio que oferece aos clientes acesso a equipamentos de hardware, como computadores, servidores, dispositivos de rede e outros dispositivos, através de um contrato de aluguel ou assinatura.
Quem está aderindo ao modelo HaaS?
Luadir Costa afirma que a Voke tem atendido clientes de todos os portes e segmentos de atuação. “Temos soluções customizadas para atender a cada especificidade e necessidade de negócio. E isso se aplica tanto na locação de equipamentos quanto na venda de seminovos.
Os seminovos, por exemplo, são muito requisitados por empresas de Call Center, que precisam de uma máquina funcional, porém, sem a necessidade de um alto desempenho, então, adquirir computadores usados pela metade do valor de mercado é bastante atrativo.”
A empresa HCosta, especialista em recuperação de crédito e representação jurídica de instituições financeiras, é cliente da Voke desde 2013. “À época, o mercado de seminovos era muito informal, mas encontramos segurança, responsabilidade na entrega, qualidade de equipamentos e bom preço, o que nos permitiu reduzir os custos com a aquisição de equipamentos sem comprometer a qualidade dos serviços. Além disso, conseguimos incentivar as práticas sustentáveis, não só dentro como também fora empresa”, conta Alan Colombo Cosin, head de Inovação e Tecnologia da HCosta.
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