É preciso falar sobre o conceito de propósito coletivo
- Por Iza Dezon
- 3 min leitura
Discutir sobre propósito e coletividade desperta questionamentos e inquietações contemporâneos: O que aconteceu com a união entre as pessoas? Com a ideia de comunidade? As respostas são variáveis e dúbias. Tal dicotomia surgiu devido à individualização e à maneira como o ego começou a sobressair em relação ao bem-estar coletivo.
No passado, desde a origem da democracia na Grécia Clássica (ainda que questionável), a participação social era fundamental, um atributo de respeito e autoridade. Hoje, a competição e o individualismo são socialmente alimentados, principalmente, pela mídia, por reality shows e por outros meios resultantes dos caminhos tortuosos da hipercomunicação. Vivemos na era da infobesidade.
O turbilhão de inquietações e insatisfações mostra que é urgente voltar a acreditar que melhorias só são viáveis a partir de uma verdadeira articulação e cooperação em níveis macro e micro – algo intrínseco ao desenvolvimento e crucial para uma sociedade múltipla como a nossa.
Fica claro que a coletividade e a busca por propósito são imprescindíveis tanto à vida comunitária quanto à corporativa. Integridade, estabilidade e segurança passam a ser valores que precisam estar no topo das agendas de marcas, organizações e corporações.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
O relatório do Fórum Econômico Mundial, em 2020, corrobora esse raciocínio ao apontar que as tarefas do futuro serão entregues ao diretor de Felicidade (responsável pelo bem-estar dos funcionários) e ao especialista em Diversidade (cargo que já foi implantado em algumas empresas, mas precisa ser aprimorado), além de gerentes e diretores focados em projetos de cunho ecológico.
A relevância da coletividade fica em destaque também em debates acerca da “economia do cuidado” que aumenta, gradativamente, sua voz ativa. A nomenclatura está associada, principalmente, ao reconhecimento de funções pouco ou nada remuneradas, realizadas majoritariamente por mulheres, como educação, limpeza e manutenção do lar, criação de filho(s), entre outras. Por exemplo, levantamentos da ONG Think Olga mostram que mulheres que trabalham fora de casa gastam 73% a mais do tempo em afazeres domésticos do que homens.
É preciso então falar sobre propósito coletivo: a constante revalorização do ser humano e o apelo de sistemas que eduquem e aumentem nossa consciência em relação a impactos ambientais e sociais para que, assim, consigamos despertar o interesse por uma vida em rede, com tecnologias inteligentes, ecológicas e autorreguladoras.
Recomendadas
+ CONTEÚDO DA REVISTA
Rua Ceará, 62 – CEP 01243-010 – Higienópolis – São Paulo – 11 3125 2244
Rua Ceará, 62 – CEP 01243-010 – Higienópolis – São Paulo – 11 3125 2244