Conectado é uma coisa, integrado é outra
- Por Marina Pechlivanis
- 3 min leitura
Tem muito modelo de negócio conectado no metaverso, mas completamente desconectado do universo, com sistemas de gestão ultrapassados, processos lentos e desestruturados e, mais que isso, sem integração nenhuma com as pessoas e o planeta.
Por exemplo, e utilizando apenas um filtro isolado e simplificado de análise, de que adianta se guiar apenas por números comparados de performance de vendas, se as mais diversas áreas internas não se conversam para entender motivações que fazem aquelas vendas acontecerem? E mais: O que acontece com o rastreio sequenciado no pós-venda deste processo (recompras e recomendações), assim como no descarte, desuso ou reaproveitamento do objeto da compra (reciclagem e reutilização)?
A falta de inteligência sistêmica no cruzamento de dados e na sobreposição estratégica de informações pode gerar sérias complicações não apenas em curto prazo e para a empresa – que pode deixar de vender ou vender menos e ser “cancelada” por sua conduta e/ou inoperância – mas de forma mais drástica para quem consome, que pode ser lesado pela não entrega, entrega tardia ou entrega trocada de um produto ou serviço que pode ser essencial.
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Indo além disso, pode lesar de forma irreparável a comunidade de entorno e a natureza, especialmente quando o olhar econômico é apenas financeiro e imediatista. Pensar de forma sistêmica é, mais que ver a realidade integrada, antever combinações de variáveis para mapear expectativas e intenções, sucessos e riscos de cada iniciativa. Com isso, fica mais fácil identificar as áreas de fragilidade e implementar estratégias integrativas para evitar sobrecargas. Dessa forma também se evidenciam quais são os hubs de força, que aguentam alta pressão de processamento, inclusive de informação, sem sucumbir ou fragilizar questões infraestruturais envolvendo bens materiais, imateriais e, principalmente, seres humanos. Isso vale para a indústria de refrigerantes, em um mundo com altíssimas taxas de obesidade infantil; para as mineradoras, com taxas graves de acidentes ambientais colocando povoados inteiros em permanente estado de alerta; entre tantos outros casos que podem “desintegrar” segmentos inteiros de mercado.
Enquanto muitas marcas estão mais preocupadas em zelar por sua vaidade e anunciar a sua “conectividade” para melhorar a jornada de compra seus consumidores, outras estão lá na frente, pensando na jornada de vida das pessoas com quem interagem. Isso é estar integrado no novo mundo dos negócios, consciente e bom para todos.
Moral: Gestão sistêmica para um mundo complexo. Quem quer performar bem em meio aos inúmeros desafios contemporâneos precisa saber mais sobre isso.
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