O Plusoft Experience, evento promovido pela Plusoft, foi realizado entre os dias 1 e 4/09 em Bento Gonçalves (RS), com o objetivo prioritário de compartilhar a grande conquista tecnológica representada pela suíte Omni. Pela primeira vez no Brasil (talvez no mundo), uma grande aplicação tecnológica procurou integrar diversas visões, linguagens, apps e conceitos de relacionamento em uma mesma solução para permitir às empresas realmente interagirem com seus clientes, particularmente aqueles das Gerações Millennial e Z.
O evento procurou traçar um panorama da realidade, caracterizada pela efemeridade e mutualidade – conceitos defendidos por Walter Longo, Presidente-executivo do Grupo Abril, um dos palestrantes do evento – busca de propósitos e inovações com impacto social – conceitos apresentadas por Victor Cremasco, sócio da consultoria global Mandalah – e a brutal e crescente complexidade da gestão do cliente nas organizações – que se incluem na expansão da mobilidade, da conectividade e na adoção de um “estilo de vida digital”, onde a aceleração e a “imaterialização” constituem-se em tendências que impactam o mundo corporativa de modo intenso.
Basicamente, a solução Omni Plusoft partiu de um estudo aprofundado da oferta existente de tecnologias voltadas para permitir a gestão de clientes mundo afora. A ideia central era pensar se haveria uma forma de reunir o melhor das principais soluções, no sentido de criar uma única plataforma que englobasse diversas funcionalidades, reunisse informações de diversos pontos de interação, combinasse essas informações com os rastros digitais dos clientes e permitisse devolver interações mais baseadas em fatos – o momento do cliente – e menos baseadas em informações sócio-demográficas (rigorosamente inúteis para se compreender o comportamento dos consumidores).
Afinal, saber que uma pessoa tem 45 anos, é homem e divorciado, executivo e pai de família é insignificante perto de saber se esse mesmo homem está deixando de dirigir em favor de serviços de carona como o Uber, começou uma dieta vegetariana e gosta de surfar nos fins de semana. A primeira informação denota um certo potencial de consumo, e, talvez, um estilo de vida mais conservador. A informação subsequente retrata uma pessoa preocupada com o bem-estar, amante da vida natural e, portanto, com inclinações de consumo mais ricas.
Talvez a grande barreira para a adoção do Omni Plusoft uma suíte “que representa quase o estado da arte em termos de tecnologia”, segundo Guilherme Porto, sócio-fundador da Plusoft, será a cultura das empresas. Até que ponto nossas organizações estão preparadas para encarar o relacionamento com clientes baseado em momentos, fatos e características que particularizam os indivíduos, tornando-os mais palpáveis e tangíveis? Seguradoras ainda vendem produtos formatados em perfis irreais (o cliente com mais de 45 anos, em tese, carregaria risco menor que um jovem. Mas um jovem de 25 anos que opta por deixar o carro em casa 3 vezes por semana não se expõe menos a risco?). Assim, lojas ofertam moda que não se vincula ao momento de uso, mas à silhueta, restaurantes vendem sabor e não o benefício nutricional e assim por diante.
Indubitavelmente, os dias em Bento Gonçalves revelaram um movimento auspicioso: a capacidade de inovação brasileira. Também revelaram executivos preocupados com os impactos dessa nova realidade movida a consumidores velozes, volúveis e que vivem intensamente. Entre um e outro, há empresas ainda perplexas por essa mudança inevitável. Intimamente, há um desejo de que essa mudança seja freada ou desacelerado. Não será.
Os Millennials querem tudo agora, mas sem compromissos. Uma onda de choque para empresas voltadas a buscar lealdades. Melhor seriam se prepararem para conquistarem preferências momentâneas. O Omni Plusoft pode ser um instrumento valioso nessa mudança de mindset.
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas do Grupo Padrão. Ele viajou a convite da Plusoft para Plusoft Experience, evento ocorrido em Bento Gonçalves (RS).
