Cada vez mais comum, ao menos em rodas de debates, a Internet das Coisas (ou IoT – Internet of Things) populariza-se cada vez mais. Conhecida por conectar todas as coisas, ela chega a outro patamar. “A IoT tem impacto em toda a cadeia de suprimentos do varejo e agora está chegando para o consumidor na ponta”, conta Cássio Pantaleoni, presidente do SAS Brasil, empresa de tecnologia.
No Brasil, a IoT já está na fase de monitoramento dos produtos, dos centros de distribuição até o consumidor. “Toda a cadeia e a parte de entrega já está sendo influenciada por isso. O Brasil começa a se preocupar com IoT agora, porque não tem alternativa e isso vai impactar a vida das pessoas e o varejo de uma maneira forte nas próximas décadas”, afirma o especialista.
Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!
A questão, segundo o executivo, não é mais a conectividade dos objetos – esse conceito já está consolidado. O grande debate hoje é a informação gerada pelo objeto conectado e como ele vai suprir o big data do varejo a partir desses dados. “Esse objeto está coletando os dados para tentar descobrir outras correlações que possam orientar estratégia, e o modo como ele vai disponibilizar a mercadoria”, afirma.
Esse assunto de fato está se desenvolvendo no País. E um exemplo é a popularização de algo que poucas pessoas acham que é IoT: as etiquetas de RFID. “O RFID é uma forma de ver o IoT tomando vulto no varejo. Então, não estamos atrasados em relação a outros países, porque o mundo está se preparando para isso de forma intensa e tudo o que está sendo feito ainda é bem elementar”, explica Pantaleoni.
Inteligência das Coisas
Mais do que a Internet das Coisas, hoje o que se debate é a Inteligência das Coisas. “Não se trata apenas de IoT, mas a gente começa a ver que o grande salto não é a conexão e captação da informação, mas como você utiliza esses dados de forma inteligente para tirar proveito para o consumidor e para o varejo”, afirma o executivo.
Com a IoT, é possível captar alguns padrões de comportamento, monitorar a partir de uma curva de representatividade, sem a necessidade de armazenar tanta informação. “Essa percepção da IoT vai demorar um pouco mais para ser aplicada”, diz. Mas deve chegar ao Brasil aos poucos, principalmente por conta do comportamento do cliente, cada vez mais conectado. O brasileiro, sobretudo, tem uma forte predisposição a aceitar e adotar novas tecnologias e as novas gerações não se intimidam em fornecer seus dados em troca de algum benefício.
Com essas informações, o varejo consegue fazer ofertas que fazem sentido, porque têm dados que permitem uma estratégia mais personalizada. Esse acompanhamento da jornada do consumidor no varejo já está sendo feito por shoppings, de acordo com Pantaleoni. “Hoje todo o trajeto que a pessoa faz dentro do shopping determina uma série de decisões para o lojista e administrador”, afirma.
Limites
Até onde vai a IoT? “Do ponto de vista do comportamento humano não vejo limite, mas o grande desafio é que a IoT tem de nascer como uma visão orientada para a diversidade”, afirma Pantaleoni. O executivo refere-se a alguns pontos, como conexão tecnológica disponível, das marcas mesmo; protocolos e escalabilidade. “Seja qual for a tecnologia e o processo, é preciso que o negócio seja capaz de lidar com essa diversidade e tenha capacidade de armazenamento e de filtro, que é o mais importante, para saber o que é dado relevante e o que é um dado desprezível”, afirma.
Além disso, tem a questão da segurança. “Com a hiperconexão aumenta o número de cyber-crimes. Então, o desafio é lidar com a diversidade, todos os softwares e como, a partir disso, eu garanto a escalabilidade, garantindo, ao mesmo tempo, a segurança”, afirma.