O trabalho remoto já se provou eficiente e produtivo em diversos setores. Aliado ao modelo híbrido, o conceito se consolidou no mercado brasileiro e hoje a qualidade de vida pessoal e profissional está mais ajustada para empresas e colaboradores.
Nesse cenário, o metaverso pode ser um impulsionador dessas qualidades. Embora ainda muito incipiente, já acompanhamos reuniões virtuais, treinamentos, eventos e palestras sendo realizados com o “selo metaverso”.
Porém, o metaverso é muito mais. Para Tiago Alves, CEO do International Workplace Group (IWG) no Brasil, o interesse na adoção do metaverso para o trabalho remoto é crescente e muita coisa ainda está por vir.
“O interesse das empresas está altíssimo, apesar de muitas ainda estarem esperando para ver quem dará o primeiro passo na criação deste modelo corporativo. Nós, do IWG, já estamos estudando a nossa entrada no metaverso, principalmente no que se refere às reuniões e espaços de trabalhos virtuais. Obviamente, não podemos revelar muitos aspectos sobre este tema, mas há muitos projetos sendo iniciados”, conta Alves.
Ainda que as empresas estejam interessadas, Tiago afirma que não existe uma tecnologia predominante que possa ser adotada. “Será preciso primeiro que o acesso seja mais amplo, pois qualquer dispositivo relacionado à tecnologia (Facebook, etc) ainda é muito caro – como os óculos de alta resolução ou luvas que simulam a sua presença dentro do ambiente virtual”, avalia.
Além disso, existe o desafio de infraestrutura e conectividade. “O metaverso vai exigir muito mais de conexões online. Além do mais, precisaremos avaliar quais tipos de ambientes virtuais serão criados, como as empresas, estruturalmente, vão promover e garantir esta experiência. O que posso afirmar, apesar de todos estes aspectos, é que o metaverso corporativo é uma das principais tendências que, junto ao trabalho híbrido, irão dominar as próximas décadas”, explica o CEO da IWG.
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Quais os passos nessa construção do metaverso corporativo?
Para uma empresa que se interessa pelo metaverso como um elemento de produtividade para o trabalho remoto, Tiago aponta que os primeiros passos nessa construção está em simular ambientes digitais de interação, que ainda não são do metaverso, mas que já trazem alguma experiência virtual e permite avaliar a adaptabilidade das pessoas para esse tipo de modelo.
“Sabemos que os seres humanos são seres sociais e que nós dependemos de interações, portanto, nem todo mundo conseguirá se adaptar rapidamente. Para facilitar esse processo, já há vários softwares disponíveis no mercado e empresas especializadas que podem auxiliar com o tema”, explica Tiago.
O especialista cita o exemplo do kickoff da SambaTech, lançada no metaverso recentemente com uma sala de palestras virtuais para as pessoas assistirem. Para Tiago isso é muito válido, já que vivenciamos as vantagens do trabalho remoto e iniciativas como essa permitem uma experiência de como será a interação digital no trabalho e o que está por vir.
“Aqueles que forem das gerações mais novas, certamente, terão mais facilidade, principalmente, por terem conhecimento sobre os jogos modernos como Fortnite, Roblox e Minecraft, que promovem essa adaptação virtual dos ambientes de interação”, complementa Tiago.
Lições do passado e janelas para o futuro do trabalho remoto
Ainda sobre trabalho remoto no Brasil, passado digamos a fase “mais aguda da pandemia”, Tiago percebe que o trabalho remoto por aqui se consolidou e, sobretudo, acelerou tendências que já estavam em andamento. “A possibilidade das pessoas terem liberdade para escolher se preferem trabalhar de casa ou escritório, ou até mesmo, de locais mais próximos de suas comunidades, por exemplo”, cita Tiago.
Toda essa mudança é positivo na visão de Tiago. “Não será apenas um nem outro modelo, o futuro do home office está diretamente ligado com o futuro dos espaços de trabalho, em que um modelo será complemento do outro e o ajudará a ser transformado”, pontua.
Em última análise sobre a evolução dos modelos de trabalho remoto, Tiago ressalta que há ainda duas fortes tendências. “A adoção da ‘semana de quatro dias’, que já ocorre no exterior e deverá chegar em breve no país. E a “workation”, a famosa semana de trabalho e férias juntas, em que as pessoas vão poder ter esse benefício de viajar estando à trabalho. Isso ocorreu na pandemia, em que muitos se mudaram para lugares paradisíacos e faziam reuniões diretamente da praia, sem nenhum tipo de impacto. É uma realidade que se aproxima, assim como o metaverso corporativo”, conclui Tiago.
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