Liderança inovadora é para todo mundo, não é tão difícil de praticar e é uma mensagem que deve ser propagada em todas as empresas. Foi com base nessas três premissas que Lisiane Lemos, especialista em novas tecnologias, Forbes Under 30 e conselheira na Organização das Nações Unidas (ONU), iniciou seu painel no Conarec 2022.
A apresentação foi irreverente, mas cheia de conteúdos e reflexões para os participantes levarem para casa. A executiva discursou sobre sua carreira, experiências e, ainda, deu dicas acerca de como realmente ser um líder ao exercitar características pessoais e profissionais que muitas pessoas não levam em consideração.
Confira a cobertura completa do Conarec 2022
5 passos para uma liderança inovadora
Lisiane Lemos afirma que as marcas devem promover, acima de tudo, conexões, e serem tradutoras em um mundo onde a detenção do conhecimento é desigual: apenas 5% da população tem acesso ao ensino superior e fala outro idioma. É no mundo corporativo que tecnologias são desenvolvidas e a sociedade evolui.
“Liderança não é um cargo, é um comportamento. No início da minha carreira, eu achava que ser gerente antes dos 25 anos seria a coisa mais incrível, e eu descobri sendo contribuidora individual, liderando projetos de voluntariado de, literalmente, milhares de pessoas de todas idades, que liderança é influenciar, conseguir tirar o melhor das pessoas e ler o ambiente”, afirma.
A executiva acredita que ninguém nasce líder. “São as experiências, ferramentas e pessoas que constroem a liderança, mudando a vida de indivíduos, seja silenciosamente, ou de forma vocal. É assim que se faz a transformação”, completa.
Pensando em tudo isso e levando seu portfólio em consideração, Lisiane Lemos listou cinco dicas fundamentais para exercer uma liderança inovadora na prática.
1.Autoconhecimento e saúde mental
Todos os grandes profissionais que a executiva conhece fazem terapia. Saúde mental é muito importante para fazer uma liderança inspiradora: em todos os lugares há desafios e é necessário estar bem emocionalmente para superá-los.
2.Aprender, aprender e aprender
Aproveitar todas as formas de se obter conhecimento, seja ele formal ou informal, com professores, redes sociais e cursos livres, de acordo com as preferências metodológicas de cada geração.
“No meu caso, eu mapeei as pessoas que eu admirava, que eu convivia, onde as altas lideranças haviam estudado, e com isso eu construí um currículo em grandes instituições no Brasil e no exterior que me mostram o que está acontecendo e me atualizam em relação às tendências. O ensino, no geral, traz planejamento, processos científicos e experimentação ao aluno”, explica.
3. Viva a vida
Se exponha a ambientes, pessoas e falas diferentes, ou seja, fique desconfortável intelectualmente, com vontade de aprender mais e entender pontos de vista que antes não passavam por seus horizontes.
“Estamos em um momento muito complexo da nossa sociedade, que tem nos polarizado e nos impedido de aprender com o outro e de ter vozes diversas. O líder é aquele que consegue se abrir para opiniões diferentes das dele, e que consegue entender com profundidade o que move as pessoas. Eu quero me expor a coisas que normalmente eu não veria, não vou à talks de pessoas que conheço ou sobre assuntos que já domino. Aproveite esse tempo, desligue o celular e deixe avisos via e-mail. Se você não estiver por inteiro, será uma experiência passageira”, aconselha Lisiane Lemos.
4. Equilíbrio
Pratique o worklife-balance, que é equilibrar o trabalho e a vida pessoal. A busca pelo bem-estar físico, mental e espiritual é muito importante para fazer uma liderança inovadora.
5.Diversidade
Diversidade é sobre mapeamento de habilidades: dentro do meu autoconhecimento e do conhecimento do meu time, estou contratando pessoas dos mesmos lugares e que só concordam comigo e não me provocam intelectualmente?
“Eu tenho diversidade gerencial, pessoas de todas as gerações, valorizo introvertidos e extrovertidos, tenho pessoas negras, com deficiência, indivíduos do grupo LGBTQIA +. A inovação é alavancada pela diversidade. Por isso, é fundamental analisar a forma como as empresas estão contratando”, frisa a especialista em novas tecnologias, Forbes Under 30 e conselheira da ONU.
O líder que transforma
Pós-graduada em transformação digital, criadora de conteúdo, advogada, militante de diversidade, entre outras coisas, Lisiane Lemos mostrou em seu painel sobre liderança inovadora que é, no fundo, uma pelotense que saiu de uma cidade de 400 mil habitantes para vencer em uma de 20 milhões e que quer transformar o mundo em algo mais justo, com espaço pra todo mundo e com oportunidades para as pessoas na medida de suas desigualdades.
Para a profissional, não há maior prova de inovação para um líder quando ele ouve alguém dizer que te assiste e que sua vida mudou por isso. Seja para buscar novos caminhos, romper ciclos que não fazem mais sentido, evoluir dentro do negócio ou da carreira, a transformação está ali e foi causada por um agente fundamental.
“O grande segredo é quando a gente entende que não é sobre ser o líder que a gente gostaria de ter tido, mas ser o líder que as pessoas ao meu redor e a sociedade precisam, e a gente só faz isso quando temos plenitude do lugar que a gente quer estar, quem a gente quer ser, e com quem a gente quer se envolver”, completa.
“É sobre liderar para influenciar, para que as pessoas ofereçam o melhor, para que transformem a sociedade, e que tenham uma escuta ativa, uma fala inspiradora, e que a gente consiga se movimentar para construir o ambiente que a gente quer ter”, finaliza Lisiane Lemos.
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