Recentemente, em um contato feito com a equipe do Google, soubemos que um dos executivos estava fora da empresa, em período de licença-paternidade. Esse direito combina com empresas modernas, como o próprio Google. Contudo, será que em um futuro próximo essa realidade passará a representar o “novo normal”? De acordo o estudo Diversidade de Gênero – Em busca de políticas organizacionais igualitárias, publicado e desenvolvido pela consultoria Hays, quase metade do público entrevistado (49%), que inclui homens e mulheres, acredita que a licença compartilhada ajudaria a quebrar preconceitos e melhoraria a diversidade de gênero.
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Apesar disso, 37% dos entrevistados têm a visão machista de que os homens não utilizam a licença-paternidade porque enxergam que o benefício é um direito e responsabilidade da mãe. Além disso, 49% têm a percepção de que os homens que utilizam a licença-paternidade podem ser vistos como sendo menos comprometidos com sua carreira.
Entre aqueles que têm esse direito, 35% disseram que, na empresa onde trabalham, os homens usam apenas alguns dias de suas licenças. Contudo, 40% dos entrevistados afirmam que a empresa onde trabalham ainda não possui nenhum programa para apoiar a diversidade e a inclusão no ambiente de trabalho.
Liberdade feminina
Para Caroline Cadorin, diretora da Hays Experts, esse contexto pode explicar por que a ambição pela ascensão ainda é significativamente menor entre as mulheres. “Falta incentivo para que conquistem espaço nas organizações”, argumenta. Prova disso é que, 34% dos entrevistados afirmam que gostariam de chegar ao cargo de diretor em até 10 anos. No entanto, 39% deles são homens, enquanto apenas 10% das mulheres possuem a mesma aspiração.
O estudo da Hays é feito anualmente e envolveu, nesta edição, 33 países. Em comparação a outros mercados ele, sinaliza que, embora tenham ambição menor que a dos homens, as mulheres brasileiras se sentem mais seguras e confiantes ao falar abertamente sobre suas aspirações e realizações profissionais (68%). Esse número cai para 32% entre as espanholas, 47% entre as americanas e 45% entre as britânica. “É essencial que o profissional apresente ao gestor suas expectativas relacionadas ao seu plano de carreira. Esse é um importante fator que pode impulsionar o aumento de mulheres nos níveis mais altos das organizações, proporcionando assim um equilíbrio saudável para o mercado”, afirma Cadorin.
Flexibilidade
Em relação às possibilidades de home office e horários diferenciados, quase metade dos entrevistados (46%) afirma que a empresa onde atua possui opções de trabalho flexível. Para 21% dos profissionais ouvidos, houve melhoria nas alternativas de atuação flexível para mulheres em cargos de liderança.
O estudo também enumera sugestões e estratégias para se alcançar igualdade de oportunidade dentro das empresas. Valorizar as pessoas de acordo com suas competências, implementar movimentos de cima para baixo e transparência em avaliações são algumas das estratégias necessárias para se alcançar uma cultura mais igualitária.