A companhia aérea mexicana VivaAerobus decidiu que as pessoas que querem silêncio têm prioridade em relação às que querem conversar – ao menos dentro de seus voos feitos durante a noite.
A companhia decidiu implantar uma espécie de “lei do silêncio” em sua aeronaves. Pela nova política, todas as viagens feitas entre 22h e 8h devem ter as luzes apagadas e o silêncio como regra, zelado pelos comissários. A única exceção são os momentos de pouso e decolagem, em que as luzes são necessária por motivos de segurança.
“Os passageiros desses horários querem descansar. A gente decidiu respeitar isso”, disse o presidente da companhia, Juan Carlos Zuazua, ao jornal Folha de S.Paulo.
Para a empresa e especialistas da área de turismo, a prioridade da paz, em um ambiente em que dispositivos digitais parecem ter multiplicado por dez as atividades que envolvem som e luz, é uma tendência.
Outras companhias de transporte que adotaram medidas do gênero e mesmo hoteis e restaurantes investindo no diferencial de não aceitarem crianças são exemplos dessa demanda crescente.
Uma das referências-mãe é a Finlândia, onde a VR, a estatal responsável pela administração dos trilhos do país implantou “vagões silenciosos” nas viagens de longa distância. Eram unidades reservados especialmente para aqueles que não queriam ser incomodados.
E as regras eram duras: luzes acesas durante a noite, conversas ao telefone e até mesmo fones com vazamento de som eram banidos.
A medida começou a ser testada em 2005 e durou alguns anos. Depois de um tempo, ela virou a regra: hoje os vagões especiais são aqueles onde se pode fazer barulho. Em alguns trens, por exemplo, há vagões onde há mesas e wifi para quem quer trabalhar e cabines com isolamento acústico para quem precisar falar ao telefone. No restante do trem, o silêncio virou a regra.