Ninguém sabe o quanto são US$ 148,9 bilhões. Afinal, se você tentar contar até um bilhão, vai levar 285 anos contando 16 horas por dia. Mas a cifra que corresponde ao total de aquisições feitas pelas Big Techs norte-americanas impressionam mais pelo seu significado: força e diversificação dos negócios.
Em um estudo recente, a consultoria CB Insights cruzou seus dados sobre fusões e aquisições para observar como as Big Techs norte-americanas Facebook, Amazon, Microsoft, Google e Apple se expandem para novos mercados, linhas de produtos e horizontes de tecnologia.
O estudo traça uma linha do tempo de 30 anos, muito por conta da Microsoft, e salienta que a primeira aquisição bilionária das FAMGA (acrônimo para estas Big Techs) foi feita feita em 1999, quando a Microsoft comprou a Visio Corporation. Desde então, a Microsoft foi a que mais fez aquisições bilionárias, sendo 12 compras, seguida pelo Google, com oito, e Facebook e Amazon, com 5 cada.
A Microsoft também fez a maior aquisição já feita por uma Big Tech ao comprar o LinkedIn por US$ 26,2 bilhões, em 2016. A segunda maior foi do Facebook ao comprar o WhatsApp por US$ 22 bilhões, em 2014, seguida pela Amazon, que obteve a Whole Foods por US$ 13,7 bilhões, em 2017.
No total, as FAMGA fizeram mais de 800 aquisições, sendo 32 acima de US$ 1 bilhão. A Apple tem o menor número de aquisições bilionárias, com apenas sua aquisição de US$ 3 bilhões da Beats Electronics e sua compra de US$ 1 bilhão do negócio de modem para smartphones da Intel.
A aquisição bilionária mais recente das gigantes foi a plataforma de CRM Kustomer, feita pelo Facebook por US$ 1 bilhão em novembro de 2020.
Muito poder
As impressionantes cifras das aquisições feitas pelas Big Techs traduzem seus poderes, que têm chamado a atenção do governo norte-americano. Depois de uma investigação sobre práticas anticompetitivas no e-commerce, mercado de smartphones, redes sociais e serviços de busca, os CEOs da Amazon, Apple, Facebook e Google foram chamados a prestar esclarecimento em outubro passado.
Para julho deste ano, o governo norte-americano marcou outra uma série de sessões antitruste para as investigações.
Em paralelo, o governo dos EUA também montou um comitê com sessão marcada para março com os CEOs Mark Zuckerberg (Facebook), Sundar Pichai (Google) e Jack Dorsey (Twitter) para discutir o aumento de fake news nestas plataformas.
O “modus operandi” das Big Techs também está sendo questionado em outros países, principalmente na Europa. Afinal, de onde vem tanto poder?
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